Atenção Integral à Saúde da Criança

Promoção e proteção do crescimento e desenvolvimento infantil

Créditos

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Desenvolvimento neuropsicomotor

Para refletir:

Joana está com nove meses de idade, nasceu em casa, de parto natural. Vive com os pais e três irmãos em uma casa de alvenaria na zona rural da cidade. Seus pais são agricultores e trabalham na lavoura em turno integral. Todos os filhos do casal nasceram de parto domiciliar e só conheceram a unidade de saúde tardiamente, quando estavam com algum problema de saúde já instalado.

Com Joana não foi diferente. Por apresentar um quadro febril, a menina é levada para o primeiro atendimento na unidade de saúde. No acolhimento, a enfermeira examina a criança e solicita avaliação do médico da equipe. O médico faz o diagnóstico de IVAS e prescreve a medicação necessária.

Como Joana estava com o calendário vacinal atrasado, a enfermeira aproveita a oportunidade para atualizá-lo, visto que a menina não teve temperatura superior a 38 graus e encontrava-se afebril no momento do atendimento.

Joana também tem seu peso e estatura aferidos. Ao inserirem os valores no gráfico da Caderneta de Saúde da Criança, os profissionais constatam que a menina está com baixo peso para sua idade, sem sinais de desnutrição prolongada. Ao questionarem sobre a alimentação de Joana, são informados que ela ainda recebe leite materno e alimentação complementar em quantidades adequadas para a sua idade.

O exame físico de Joana não apresentou outras alterações. A menina é ativa, alegre e com vínculo bem estabelecido com a mãe.

Investigando um pouco mais a relação familiar, a enfermeira percebe que, enquanto os pais trabalham, a menina é cuidada pelos irmãos mais velhos. A mãe informa que a menina não se alimenta adequadamente durante esse período, pois fica triste com sua ausência, rejeitando o alimento. Somente quando a mãe retorna é que Joana aceita adequadamente a alimentação.

A mãe alega falta de tempo e de condições financeiras para vir à unidade de saúde realizar o acompanhamento das crianças (puericultura e atendimentos odontológicos), a aplicação de vacinas e o cuidado de sua própria saúde.

Diante do caso, os profissionais de saúde decidem discutir a situação da família com os profissionais do NASF, buscando elaborar um projeto terapêutico singular que atenda as questões de saúde daquela família, procurando estabelecer vínculos solidários, sem culpabilizar a família, além de incluí-la na gestão do seu próprio cuidado.

Anders, Boehs, Souza

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