Atenção Integral à Saúde da Criança

Ações relacionadas ao acompanhamento de crescimento e
desenvolvimento no âmbito da atenção básica

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Orientações sobre a alimentação da criança

Em relação à interrupção e consequente descontinuidade do aleitamento materno, é preciso que a equipe de saúde entenda que o desmame não é um evento, e sim um processo que faz parte da evolução da mulher como mãe e do desenvolvimento da criança. Nessa lógica, o desmame deveria ocorrer naturalmente, na medida em que a criança vai adquirindo competências para se alimentar.

Existem vários mitos relacionados à amamentação dita “prolongada”, tais como as crenças de que aleitamento materno além do primeiro ano é danoso para a criança sob o ponto de vista psicológico, que uma criança jamais desmama por si própria, que a amamentação prolongada é um sinal de problema sexual ou necessidade materna e não da criança, e que a criança que mama fica muito dependente. Algumas mães, de fato, desmamam para promover a independência da criança. No entanto, é importante lembrar que o desmame provavelmente não vai mudar a personalidade da criança. Além disso, o desmame forçado pode gerar insegurança na criança, o que dificulta o processo de independização (BRASIL, 2009b, p. 64).

É importante que a mãe não confunda o autodesmame natural com a chamada “greve de amamentação” do bebê, que ocorre principalmente em crianças menores de um ano. Tem início súbito e inesperado e a criança parece insatisfeita. Geralmente é possível identificar uma causa específica para a insatisfação da criança: doença, dentição, diminuição do volume ou sabor do leite, estresse e excesso de mamadeira ou chupeta. Essa condição usualmente não dura mais que 2–4 dias (BRASIL, 2009b).

Anders, Boehs, Souza

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