O câncer de mama e o câncer de colo uterino são os cânceres ginecológicos que mais matam mulheres no país. Entretanto, durante toda sua vida, apenas metade das mulheres realiza pelo menos um exame preventivo de câncer de colo uterino e apenas um terço das mulheres serão submetidas a um único exame de mamografia. No Brasil, a média geral de cobertura do exame de Papanicolaou atinge apenas 13,5% das mulheres, e apenas cerca de 65% das amostras coletadas são consideradas aceitáveis. Assim, fica clara, de forma contundente, a importância dos serviços de atenção básica de saúde no esclarecimento, orientação e captação das mulheres para a realização de exames preventivos, e a necessidade da melhoria da qualidade nas técnicas de coleta (BRASIL, 2008).
No caso do câncer de mama, os principais fatores de risco estão justamente relacionados à vida reprodutiva da mulher, quais sejam: menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal. Além destes, a idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco.
O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (BRASIL, 2002a), devido a sua alta frequência e, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal.
As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos, e posteriormente o mesmo se dá de forma mais lenta. Essa mudança no comportamento da taxa é conhecida na literatura como Clemmesen´shook, (CLEMMENSEN, 1948) e tem sido atribuída à menopausa. Alguns estudos apontam para dois tipos de câncer de mama relacionados com a idade: o primeiro tipo ocorre na pré-menopausa e é caracterizado por ser mais agressivo e estrogênio receptor (ER) negativo; o segundo ocorre na pós-menopausa e está associado com características indolentes e principalmente por ser ER positivo.
O número de casos novos de câncer de mama esperados para o Brasil em 2012 foi de 52.680 (BRASIL, 2002 c), com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Na região Sudeste, o câncer de mama é o mais incidente entre as mulheres, com um risco estimado de 69 casos novos por 100 mil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, este tipo de câncer também é o mais frequente nas mulheres das regiões Sul (65/100.000), Centro-Oeste (48/100.000) e Nordeste (32/100.000). Na região Norte, é o segundo tumor mais incidente (19/100.000).
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Para saber mais sobre esses dados, acesse o site do INCA clicando aqui.
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda como principais estratégias de rastreamento populacional um exame mamográfico, pelo menos a cada dois anos, para mulheres de 50 a 69 anos, e o exame clínico anual das mamas, para mulheres de 40 a 49 anos.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Link:
Clique aqui para acessar: BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Perguntas e respostas sobre o câncer.
Clique aqui para acessar: BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Falando sobre câncer de mama. Rio de Janeiro, 2002.
Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas