Cachoeira da Serra II: conhecendo o sistema de saúde local

Introdução

Clique nas áreas Ilha das Flores, Pedra Azul e Vila Santo Antônio para os detalhes das UBS.




Na segunda parte do Caso Complexo Cachoeira da Serra, detalharemos as atuais condições do sistema de saúde do município, conhecendo a fundo suas três Unidades Básicas de Saúde (UBS) inseridas na Estratégia Saúde da Família (ESF) e a realidade de suas equipes.

Em Cachoeira da Serra há gestão plena do Sistema de Saúde desde 2007. Atualmente, segundo contas oficiais, gasta-se cerca de 17% da renda municipal com o setor de saúde. Na Santa Casa da cidade, são 30 os leitos de emergência. O município também conta 3 instituições privadas para internação do SUS.

Como em muitas cidades brasileiras, a demora em consultas especializadas, a dificuldade de contratação de profissionais e o nepotismo político da Secretaria de Saúde constituem um problema para o município. Soma-se a isso a resistência de profissionais de Centros de Especialidades que não aceitam a implantação da Saúde da Família.

A Estratégia Saúde da Família teve inicio em 2002 com o estabelecimento de duas estratégias paralelas, UBS mistas e USF, divididas na seguinte forma:

UBS do Bairro Paraíso e UBS do Bairro Vitória não contam com Equipe de Saúde da Família;

UBS da Vila Industrial conta com duas Equipes de Saúde da Família e dois Programas Agente Comunitário da Saúde (PACS);

UBS Ilha das Flores e UBS Pedra Azul contam com duas Equipes de Saúde da Família;

UBS Vila Santo Antônio conta com uma Equipe de Saúde da Família.

A Estratégia Saúde da Família assiste atualmente 32736 habitantes, totalizando 39,5% de cobertura.

Para Atenção Secundária, Cachoeira da Serra abriga um Centro de Especialidades, onde há reabilitação e diversos especialistas focais.

A Saúde Bucal foi historicamente marcada pela desorganização em Cachoeira da Serra, situação que durava 20 anos, solucionada apenas com a chegada da primeira equipe do Programa Saúde da Família, no ano 2004. No mesmo ano, com o apoio da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, foi realizado o primeiro levantamento epidemiológico da cidade, que mostrou um índice CPO-D de 4,7 para a idade de 12 anos (bastante superior ao índice brasileiro).

A fluoretação de águas de abastecimento público iniciou-se em 2005 – mas verificou-se, na época, a existência de mananciais com flúor natural com 1,4 ppm.

Atualmente está em debate a viabilidade de construção de um Centro de Especialidades Odontológicas (CEO). Porém, mesmo com os recursos financeiros do Programa Brasil Sorridente, do Ministério da Saúde, a Secretaria de Saúde do município tem apresentado resistências financeiras.

O Conselho Municipal de Saúde, constituído por 12 conselheiros – 6 deles representantes da sociedade civil (2 muito ligados ao atual prefeito, e os 4 demais oriundos dos bolsão de miséria, com forte atuação), tem receio de represálias políticas e/ou econômicas por parte da gestão pública municipal. No município não foram criados Conselhos Gestores nas Unidades Básicas de Saúde.

Especialização em Saúde da Família
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