Inúmeras questões nos ocorrem quando as drogas estão no centro do debate. Da mesma forma, um número não desprezível de opiniões sobre os Direitos Humanos circula entre as pessoas (VENTURI, 2010). Inegavelmente são temas importantes para os brasileiros. Eles habitam o imaginário nacional e têm grande poder de revelar discordâncias entre os diferentes atores de nossa cena social.
O consumo de drogas legais ou ilegais está presente em todas as classes sociais, assim como o sofrimento que acompanha possíveis quadros mais severos relacionados ao consumo de drogas, como a dependência química. Contudo, a condição específica dos mais pobres inseridos nessas dinâmicas nos impõe uma reflexão sobre a abordagem diferenciada e o eventual não reconhecimento de tais sujeitos como pessoas.
Não raro, são referidos como “zumbis”, “bichos”, “monstros”, entre outros qualificantes de desumanização (PETUCO, 2012). Isso não ocorre da mesma forma entre os usuários de drogas que pertencem a estratos sociais mais privilegiados, apesar do sofrimento que podem vir a vivenciar e partilhar.
Reflexão
Você discorda do que acabamos de afirmar? Se não, pense em alguns exemplos da vida cotidiana que possam corroborar essas ponderações.A movimentação de grandes parcelas da população no sentido ascendente da pirâmide social ocorrida nos últimos anos no Brasil acabou por evidenciar a existência de um contingente de pessoas extremamente vulneráveis, que, justamente por sua fragilidade, ficaram “pra trás” nesse processo de avanços sociais: não tiveram condições de serem inseridas ou aproveitar as oportunidades criadas, desafiando os gestores das políticas públicas (SOUZA, 2009).
