Nesse momento, a Saúde Mental já havia assumido definitivamente o cuidado às pessoas com problemas decorrentes do consumo de álcool e outras drogas e um fenômeno era observado: arrefecera consideravelmente no seio da sociedade brasileira a disposição para manter isolados, internados, os loucos. Em contrapartida, se fortalecia uma tendência que ia na contramão da reforma: a ideia de que os usuários de drogas “precisavam” ser internados para se “livrarem” dos problemas por seu uso e, por consequência, “livrarem” a sociedade de suas ações e comportamentos inadequados.

O momento atual é de enfrentar as novas questões que desafiam a consolidação do modelo comunitário de saúde mental e de assegurar as garantias para os direitos de cidadania dos usuários de serviços de saúde mental.

Um tema importante é saber enfrentar adequadamente a crise de concepções advinda do grave problema das drogas, que suscita contestações ao paradigma da atenção psicossocial comunitária e da autonomia do usuário. Um exemplo desse debate é a intensa crítica que vem recebendo a proposta das internações compulsórias dos usuários de drogas como eixo da política pública.

Reflexão

Como você se mobiliza hoje para aperfeiçoar e defender o SUS e a Reforma Psiquiátrica? Como a Reforma Psiquiátrica se implantou no cotidiano? Em sua cidade as pessoas com transtornos mentais têm direitos de participação e são respeitados? Elas têm assegurado o direito de se tratar no território? Ou continuam sendo encaminhadas para hospitais psiquiátricos longe de sua comunidade? E os usuários de drogas como são tratados?