Portanto a questão - o quê fazer com as pessoas que usam drogas? – se encontra em disputa na sociedade brasileira, perpassando diferentes pontos de vista sobre as origens da exclusão social e trazendo à tona as mais distintas noções sobre segurança pública e políticas de saúde. Nesse debate se envolvem atores políticos, universidades, gestores, movimentos sociais, cidadãos e trabalhadores. Como vimos anteriormente, a atenção em saúde mental é um processo em constante evolução, historicamente redefinida a partir das experiências dos serviços e das equipes.

Reflexão

Diante disso, como encontrar caminhos para a atuação mais adequada possível? Como evitar abordagens que promovam mais exclusão do que atenção? Quais são os limites de atuação para os profissionais da saúde mental?

No diálogo proposto aqui, entende-se que um dos caminhos a serem percorridos passa necessariamente pela promoção do entendimento quanto à dimensão humana do fenômeno do uso de drogas.

Para tanto, é necessário promover o deslocamento dos olhares centrados nas substâncias consumidas e direcioná-los para as pessoas em seus trajetos históricos, políticos, culturais e econômicos. O olhar voltado para o conteúdo humano do fenômeno depende da aproximação entre os profissionais, gestores e usuários. Com isso, pode-se visualizar melhor o que, de fato, ocorre com eles e quais são suas verdadeiras necessidades.