Em 1987 dois fatos relevantes ocorreram. Primeiro, a I Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), convocada pelo Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro. Apesar de relativamente pouco representativa, com convocação muito restrita, a I CNSM favoreceu que se ampliassem as articulações pró-reforma em outros estados do Brasil.

As alternativas ao modelo hospitalocêntrico foram se construindo, inicialmente com a implantação do primeiro Centro de Atenção Psicossocial do país, o CAPS Prof. Luiz da Rocha Cerqueira, na Rua Itapeva, em São Paulo (SP), e depois com a experiência de Santos, SP.
Tais inciativas foram importantes porque mostraram que era possível fechar um hospital psiquiátrico acusado de maus tratos aos pacientes (a Casa de Saúde Anchieta, 1988) e substituí-lo integralmente por equipamentos comunitários, os Núcleos de Atenção Psicossocial (NAPS), além de leitos de saúde mental em hospital geral.
Em 1989, simbolizando a necessidade de mudança radical dos paradigmas hospitalocêntrico e de invalidação social e jurídica do louco, o deputado Paulo Delgado, do Partido dos Trabalhadores (PT) de Minas Gerais, deu entrada na Câmara no projeto de lei da Reforma Psiquiátrica, fruto do debate coletivo e apoiado amplamente pelo movimento social.