Segundo Paim (2006), o surgimento do planejamento enquanto técnica encontra-se associado à primeira tentativa em implantar uma nova forma de organização da sociedade por meio do socialismo na Rússia em 1917. Buscava-se assim, através do planejamento, formas substitutivas de mercado, pelo Estado.
Dessa forma, no início do século XX, o planejamento não era bem visto pelos países capitalistas. Porém, com a crise do capitalismo em 1929, tudo mudou e técnicas de planejamento começaram a ser utilizadas como instrumento de intervenção do Estado na economia. Foi adotado então o recurso da "planificação democrática".
Na Inglaterra, em 1943, foi criado o famoso Plano Beveridge, que se constituiu em uma das referências para a criação do Serviço Nacional de Saúde naquele país em 1948 e, com o fim da 2ª. Guerra Mundial, os Estados Unidos, resistentes até então ao planejamento, apoia o Plano Marshall para a reconstrução europeia.
No plano governamental, o uso do planejamento se legitimou com a instalação da Organização das Nações Unidas (ONU). Foi criada assim a Comissão Econômica para o Planejamento da América Latina (Cepal), vinculada a ONU, que objetivava pensar sobre o desenvolvimento dos países capitalistas periféricos que foram importantes por apoiar iniciativas centradas no planejamento econômico e social. Percebe-se, então, aqui, que o início da adoção de métodos de planejamento encontra-se associado intimamente ao desenvolvimento econômico e social desses países.
Nesta época, na área da saúde, foi criado um movimento para o planejamento da América Latina, como parte da proposta de desenvolvimento econômico e social da década de 1960. Segundo Lígia Giovanella (1990), para a elaboração desse método, foi realizada uma transposição para a saúde do planejamento econômico normativo. Duas instituições, a Organização Pan-Americana de Saúde - OPAS e o Centro de Estudos do Desenvolvimento da Universidade Central da Venezuela (CENDES), elaboraram assim um método de planejamento normativo para saúde que ficou conhecido como método CENDES/OPAS.
Este método começa a cair em descrédito na década de 1970, quando surgem, na América Latina, as diferentes correntes do planejamento estratégico. (PAIM, 2006)
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Até aqui, fizemos algumas reflexões que nos permitiram perceber a importância de planejar, de fazê-lo com um
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Na aula 2 veremos com mais detalhes o Planejamento Estratégico Situacional, o seu desenvolvimento e os seus conceitos básicos.