Aula 4 Elaboração do Plano de Ação
Tópico 04 Passos (7, 8, 9 e 10)


Sétimo passo: Identificação dos recursos críticos


O processo de transformação da realidade sempre consome, com maior ou menor intensidade, algum tipo de recurso. Portanto, a dimensão dessa transformação vai depender da disponibilidade de determinados recursos, a favor ou contra as mudanças desejadas.


As diversas operações podem consumir vários tipos de recursos, a saber:

• Econômicos (também denominados como financeiros);

• organizacionais (referentes à estrutura física, recursos humanos, equipamentos etc.);

• cognitivos (conhecimentos disponíveis e acumulados);

• de poder (também denominados como recursos políticos).


Tradicionalmente, o mais valorizado e requisitado é o recurso econômico. Normalmente não damos a devida importância aos recursos de poder, aos recursos organizacionais e, principalmente, aos recursos cognitivos, mas estes são fundamentais para o sucesso de um plano. Muitas vezes, o fracasso de um plano está ligado justamente à baixa valorização atribuída a esses outros recursos.

Oitavo passo: Análise de viabilidade do plano


Como já vimos, no Planejamento Estratégico Situacional - PES, o plano é entendido como um instrumento para ser utilizado em situações de baixa governabilidade. Tais situações são aquelas nas quais o ator que está planejando não controla, previamente, todos os recursos necessários para execução do seu plano.

Neste caso, ele precisa identificar os atores que controlam tais recursos, analisando seu provável posicionamento (motivação) em relação ao problema para, então, definir operações/ações estratégicas capazes de construir viabilidade para o plano, ou dito de outra maneira, de motivar o ator que controla os recursos críticos.


Ou seja, a ideia de construir ou criar viabilidade para o plano sustenta-se na possibilidade, trabalhada pelo PES, de se transformar as motivações dos atores. Isto pode ser conseguido através de operações estratégicas que buscam mobilizar, convencer, cooptar ou mesmo pressionar certos atores para que mudem sua posição.

Porém, é preciso ter sempre em mente que a avaliação feita sobre a motivação de outros atores será sempre situacional e, portanto, instável e sujeita a mudanças.


Motivação favorável - o ator que controla determinado recurso crítico, para execução do plano, coloca-o à disposição, como quem "transfere" o controle do recurso para o ator que está planejando;

Motivação indiferente - pressupõe que, o apoio do ator que controla o recurso crítico, ainda não está garantido, assim como não está claro se ele, ativamente, fará oposição à utilização desse recurso crítico para execução do plano;

Motivação contrária - caracteriza-se por uma oposição ativa a favor da utilização do recurso, ou seja, pode-se também considerá-la como uma oposição ativa contra o plano.


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Nono passo: Elaboração do plano operativo




O gerente de uma operação/projeto é aquele que se responsabilizará pelo acompanhamento da execução de todas as ações definidas. O que não significa que o responsável deva executá-las. Ele pode (e deve) contar com o apoio de outras pessoas.

O seu papel principal é garantir que as ações sejam executadas de forma coerente e sincronizada, prestando contas do andamento do projeto nos espaços definidos para o sistema de gestão do plano.

Importante: a responsabilidade por uma operação só pode ser definida para pessoas que participam do planejamento. Não podem ser responsabilizados aqueles que não estão participando da elaboração do plano, o que não quer dizer que estes não possam ser mobilizados para contribuírem ativamente com a sua implementação.


Décimo passo: Gestão do plano




Este sistema de gestão deve, também, garantir uma eficiente utilização dos recursos, promovendo a comunicação entre os planejadores e executores.

Este momento é crucial para o êxito do processo de planejamento. Isto porque não basta contar com um plano de ação bem formulado e com garantia de disponibilidade dos recursos demandados. É preciso desenvolver e estruturar um sistema de gestão que dê conta de coordenar e acompanhar a execução das operações. É fundamental que a equipe esteja atenta, acompanhando cada passo e os resultados das ações implementadas, para fazer as correções de rumo necessárias.

Dessa maneira, o sucesso dessa empreitada pode ficar ameaçado se não dispusermos e não utilizarmos instrumentos e mecanismos de monitoramento e avaliação de todas essas etapas. Ou seja, neste momento, é interessante que a equipe pense como vai ser feito este acompanhamento e a avaliação do plano, bem como a escolha do instrumento que poderá ser utilizado para esse fim.


Leitura Complementar

Aqui, torna-se interessante nos aprofundarmos um pouco mais sobre a importância da avaliação em saúde, lendo o texto: "Avaliação e monitoramento: conceitos" (Clique aqui abrir)