Principais Fatores Relacionados à Necessidade de Encaminhamento
Você já parou para pensar sobre o encaminhamento de seus pacientes para a atenção secundária ou terciária? E sobre o retorno deles? Já pensou a respeito das dificuldades encontradas para que esse fluxo seja estabelecido? Refletiu sobre o que é necessário para que o sistema de encaminhamentos funcione efetivamente e sobre o quanto os profissionais da saúde contribuem para isso?
A atenção integral inicia-se pela organização do processo de trabalho na rede básica de saúde e soma-se às ações em outros níveis de atenção. De acordo com a complexidade, cada caso poderá necessitar do envolvimento de outras especialidades – como a odontopediatria, a periodontia, a cirurgia buco-maxilo-facial, a estomatologia, a ortodontia ou pacientes especiais – que irão incorporar tecnologias de conhecimentos, objetivando a oferta da melhor atenção possível.
Os encaminhamentos às especialidades (níveis secundário e terciário) devem ser realizados e assegurados sempre que a equipe de profissionais da UBS esgotar seus limites de atuação e quando a avaliação clínica da criança apresentar um comprometimento sistêmico maior ou específico que necessite a atuação de um especialista.
Alguns exemplos:
Encaminhamento da criança ao otorrinolaringologista e/ou fonoaudiólogo com o propósito de solicitar avaliação para intervenção e tratamento de problemas do trato respiratório, ou quando houver necessidade de correção de hábitos bucais (sucção de chupetas ou polegar, roer unhas e interposição de língua) que favorecem a má oclusão por interposição de forças mecânicas.
Crianças portadoras de algum tipo de deficiência, cuja história médica e considerações complexas necessitem uma atenção especializada, após tentativas frustradas de atendimento na UBS, devem ser encaminhadas ao especialista em pacientes especiais.
Crianças especiais que necessitem que o tratamento seja realizado sob sedação ou anestesia geral devem ser encaminhadas para o serviço de referência hospitalar.
Fique atento! Ao detectar fatores que impliquem necessidade de encaminhamento ao serviço especializado de tratamento de crianças na UBS, alguns cuidados deverão ser tomados. Primeiramente, as crianças devem receber, minimamente, ações para controle de infecção bucal (com adequação do meio bucal), incluindo remoção de fatores retentivos de placa bacteriana, raspagem, alisamento e polimento supragengival (BRASIL, 2006).
Saiba Mais:
Você pode complementar seus conhecimentos através das seguintes leituras:
PINTO, V. G. Saúde bucal coletiva. 5 ed. Santos, 2008. 635p.
BRASIL. Ministério da Saúde. Caderno de atenção básica nº 17: saúde bucal. Brasília – DF. 2006.
No capítulo 5 do Caderno de atenção básica – nº 17 do MS, você encontra as recomendações para a referência e contrarreferência aos CEOs, assim como os fluxogramas de diagnóstico e encaminhamentos. Acesse por meio do endereço: http://dtr2004.saude.gov.br/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad17.pdf
Se você conseguiu perceber todos esses fatores, você atingiu o objetivo deste estudo. Parabéns!