Nome: Maria do Socorro
Idade: 58 anos
Peso: 56Kg
2º dia de doença:
Pressão arterial 150x90 mmHg (sentada) / 140x85 (ortostatismo)
Prova do laço negativa
Resultados do Hemograma:
Hb 12,5 - Hematócrito: 40%
Global de Leucócitos: 4.600 céls/mm
3
Plaquetas: 155.000/mm
3
3º dia de doença:
Pressão arterial 140x80 mmHg (sentado e em ortostatismo)
Ht: 39%
Plaquetas: 135.000
5o dia de doença:
Pressão arterial 140 x 85 mmHg (em duas posições)
Prova do laço negativa
Ht: 39%
Plaquetas: 160.000
A paciente é cardiopata e faz uso de AAS.
Discussão do caso
Este caso aborda a Sra. Maria do Socorro que apresenta quadro sugestivo de dengue, sem sinais de alarme ou choque, prova do laço negativa, mas apresenta uma comorbidade, cardiopatia isquêmica compensada, em uso de AAS. As comorbidades parecem estar associadas a uma maior gravidade dos casos e, desta forma, ela deve ser manejada com classificação B. Ela mantém controle diário na unidade de saúde e, como não apresenta sinais de alerta nem de choque e sem alterações relevantes de hematócrito e plaquetas, mantém hidratação oral. O caso discute também a manutenção do AAS em um paciente com dengue. Como a paciente apresenta contagem plaquetária acima de 30.000/mm3, o protocolo do Ministério da Saúde orienta que o mesmo seja mantido e, como está acima de 50.000/mm3, não há necessidade de monitoramento em leito de observação, que seria necessário caso a contagem se situasse entre 30.000/mm3 e 50.000/mm3. O protocolo recomenda a suspensão do AAS em caso de contagem inferior a 30.000/mm3. Este caso aborda a Sra. Maria do Socorro que apresenta quadro sugestivo de dengue, sem sinais de alarme ou choque, prova do laço negativa, mas que apresenta comorbidade, neste caso uma cardiopatia isquêmica compensada, em uso de AAS. As comorbidades parecem estar associadas a uma maior gravidade dos casos (Lee et al, 2006) e, desta forma, esta paciente deve ser manejada como recomendado para classificação B. De acordo com as orientações para pacientes com esta classificação clínica que não apresentam alterações relevantes de hematócrito e plaquetas, Maria do Socorro é acompanhada ambulatorialmente, com orientações para receber hidratação oral, e mantém controle diário na unidade de saúde, sendo reavaliada clínica-laboratorialmente. No manejo inicial do caso, é discutido também a manutenção do AAS em um paciente com dengue. Como a paciente apresenta contagem plaquetária acima de 30.000/mm3, o protocolo do Ministério da Saúde orienta que o mesmo seja mantido e, como está acima de 50.000/mm3, não há necessidade de monitoramento em leito de observação, que seria necessário caso a contagem se situasse entre 30.000/mm3 e 50.000/mm3. O protocolo recomenda a suspensão do AAS em caso de contagem inferior a 30.000/mm3. A paciente apresenta evolução clínica favorável e recebe alta após 48 horas afebril.
Referências:
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue : diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria Técnica de Gestão. – 4. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2011.
- LEE, M. S. et al. Clinical characteristics of dengue and dengue hemorrhagic fever in
a medical center of southern Taiwan during the 2002 epidemic. Journal Microbiology,
Immunology, and Infection, Taiwan, v. 39, n. 2, p. 121-129, 2006.
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