Hepatites

 

A inflamação das células do fígado (hepatócitos e outros), denominada hepatite, pode ter diversas causas, entre elas a infecção por vírus. As hepatites virais são provocadas por agentes etiológicos distintos, que têm em comum o tropismo primário pelo tecido hepático e que também demonstram particularidades na forma como atingem as populações, embora tenham características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes. As hepatites virais apresentam distribuição universal, mas sua magnitude varia nas diferentes regiões do país e do mundo.

 

A vigilância epidemiológica das hepatites virais no Brasil utiliza o sistema universal e passivo, baseado na notificação de casos suspeitos. O número de notificações não reflete a real incidência da infecção, pois a grande maioria dos acometidos apresenta formas assintomáticas ou oligossintomáticas, sendo dificilmente captados. Estados e municípios estão em diferentes estágios de implantação, refletindo diferentes níveis de sensibilidade e de capacitação das equipes das vigilâncias epidemiológicas.” (BRASIL, 2010c, p. 1).

As hepatites virais A e E estão relacionadas a condições de vida, saneamento básico, nível socioeconômico e, também, educação sanitária da população. A exposição ao HAV, vírus da hepatite, pode ocorrer em idades precoces, e as formas subclínicas (anictéricas) dificultam o diagnóstico e o tratamento. Para todas as hepatites virais a educação e prevenção são fundamentais.


Diante disso, segue abaixo um rol de medidas de prevenção às hepatites:

  1. as hepatites A e B podem ser prevenidas pela utilização da vacina específica contra o vírus. Há vacinas específicas e também combinada A e B;
  2. indivíduos infectados devem ser orientados a não doar sangue, esperma ou qualquer órgão para transplante;
  3. educação e divulgação do problema são fundamentais para prevenir a hepatite B e outras DST;
  4. também orientações para os infectados podem reduzir a transmissão e a prevenção de novos casos;
  5. usuários de drogas injetáveis poderão ser incluídos em programas de redução de danos, receber equipamentos para uso individual e orientações sobre o não compartilhamento de agulhas, seringas ou canudos;
  6. profissionais da área da Saúde são responsáveis pelo uso de equipamentos de proteção individual.

O uso de imunoglobulina humana antivírus da hepatite B deve ocorrer nas seguintes situações: - recém-nascidos de mães portadoras do HBsAg; - contatos sexuais com portadores ou com infecção aguda (o mais cedo possível e até 14 dias após a relação sexual); - vítimas de violência sexual (o mais cedo possível e até 14 dias após o estupro); - acidentes ocupacionais segundo Manual de Exposição Ocupacional.

A equipe de enfermagem deve acompanhar pacientes portadores de hepatites virais para ajudá-los a replanejar suas rotinas, reconhecendo suas limitações e necessidades, de modo a paciente conseguir repousar, já que essa é uma exigência da própria condição do doente. Tal acompanhamento poderá ser domiciliar, Unidade Básica ou ambulatório, numa periodicidade a ser avaliada, também considerando as necessidades de: - cuidados voltados aos sintomas (digestivos, febre, astenia); - controles do peso e de exames; - o tratamento medicamentoso de algumas formas crônicas (geralmente referenciado para especialidade). Essa avaliação poderá ajudar a definir o tipo de acompanhamento por parte de cada profissional.

Problemas comuns, como a anorexia e a intolerância alimentar, prejudicam a aceitação alimentar. Daí ser conhecida a recomendação de dieta pobre em gordura e rica em carboidratos (facilitar a digestão): na verdade, a única restrição se refere à ingestão de álcool (abstinência por seis meses a um ano). As opções de dieta podem ser planejadas considerando as possibilidades e preferências.

 

Créditos
Reibnitz Júnior, Ramos, Freitas S