Anorexia e Bulimia

 

Dos principais transtornos do comportamento alimentar, a Anorexia Nervosa (AN) foi a primeira a ser descrita já no século XIX e, igualmente, a ser adequadamente classificada e ter critérios operacionais reconhecidos já na década de 1970.

A Bulimia Nervosa (BN) foi descrita por Gerald Russell em 1979, e um terceiro grupo heterogêneo de quadros assemelhados, mas que não apresentavam sintomas completos nem para o diagnóstico de AN nem para BN, foi classificado como Transtornos Alimentares Atípicos nos anos 1980.

O termo Anorexia, sabidamente, não é o mais adequado do ponto de vista psicopatológico na medida em que não ocorre uma perda real do apetite, ao menos nos estágios iniciais da doença. A negação do apetite e o controle obsessivo do corpo tornam o termo alemão pubertaetsmagersucht, isso é, “busca da magreza por adolescentes”, bem mais adequado (CORDASI, 2004).

Clique nas partes do círculo abaixo para ver os principais eventos ligados à pessoa anoréxica. Tais eventos devem, portanto, serem considerados para o diagnóstico de anorexia.

Abaixo seguem alguns exemplos de comportamento que anoréxicos empregam em seu cotidiano em virtude de terem essa doença:

  1. recusa em manter o peso dentro ou acima do mínimo normal adequado à idade e à altura;
  2. medo intenso do ganho de peso ou de se tornar gordo, mesmo com peso inferior;
  3. perturbação no modo de vivenciar o peso, tamanho ou forma corporais; excessiva influência do peso ou forma corporais na maneira de se autoavaliar; negação da gravidade do baixo peso;
  4. no que diz respeito especificamente às mulheres, a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos, quando é esperado ocorrer o contrário (amenorreia primária ou secundária);
  5. os seguintes aspectos corroboram o diagnóstico, mas não são elementos essenciais: vômitos autoinduzidos, purgação autoinduzida, exercícios excessivos e uso de anorexígenos e/ou diuréticos.

A Bulimia Nervosa caracteriza-se por grande ingestão de alimentos com sensação de perda de controle, os chamados episódios bulímicos. A preocupação excessiva com o peso e a imagem corporal leva o paciente a métodos compensatórios inadequados para o controle de peso como vômitos autoinduzidos, uso de medicamentos (diuréticos, inibidores de apetite, laxantes), dietas e exercícios físicos. O termo Bulimia Nervosa foi dado por Russell (1979) e vem da união dos termos gregos boul (boi) ou bou (grande quantidade) com lemos (fome), ou seja, uma fome muito intensa ou suficiente para devorar um boi (CORDÁSI, 2004).

O comportamento bulímico alterna períodos de restrição e compensação, dependendo de uma série de fatores, incluindo a oportunidade de purgação, o tipo de alimento disponível e o humor.

Um dos maiores medos dos pacientes é não parar de ganhar peso. Os nutricionistas têm o papel de ajudar o paciente a alcançar um peso saudável aceitável e a mantê-lo com o passar do tempo. A reabilitação deve ser focada em fazer o paciente consumir uma dieta variada e apropriada para manter seu peso e composição corporais.

A sessão nutricional é a oportunidade mais apropriada para a pesagem do paciente. É quando se discutem suas reações e são providenciadas explicações para as mudanças de peso encontradas.

Para a identificação e o tratamento dos pacientes com distúrbios alimentares, o comportamento alimentar deve ser caracterizado e avaliado para que se efetue uma mudança nesse sentido. Um conhecimento em profundidade do comportamento alimentar possibilita o planejamento da intervenção nutricional necessária para melhorar a qualidade da dieta desses pacientes. As atitudes relacionadas ao alimento são bons preditores da ingestão alimentar (CORDASI, 2004).

Os transtornos alimentares são assuntos de saúde pública. Conforme você acompanhou aqui, estão entre as doenças crônicas, e comprometem muito a qualidade de vida de seus portadores. Busquemos verificar o seu aprendizado sobre o que são a Anorexia e a Bulimia. Para isso, faça a atividade a seguir.

Créditos
Reibnitz Júnior, Ramos, Freitas S