Pela incidência de exames preventivos falso-negativos, é fundamental que o profissional realize essa avaliação visual do colo, que determinará, mesmo com preventivo normal, o seguimento e a investigação propedêutica adequada.
Um exame de fácil realização como o Papanicolau, feito por profissional treinado, possibilita o rastreamento de até 80% dos casos de câncer de colo uterino. Se as lesões iniciais forem tratadas de forma adequada, a redução da taxa de câncer cervical pode chegar a 90% (TAVARES e PRADO, 2006).
A incidência por câncer do colo do útero torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico geralmente na faixa etária de 45 a 49 anos (BRASIL, 2007).
Tais barreiras devem ser levadas em conta quando as equipe planejam estratégias de rastreamento para a prevenção do câncer de colo de útero.
É fato bem conhecido que a mortalidade por câncer do colo do útero é evitável, uma vez que as ações para seu controle contam com tecnologias para o diagnóstico e tratamento de lesões precursoras, permitindo a cura em 100% dos casos diagnosticados na fase inicial. Diante desse fato, surge uma questão bastante instigante: por que o Brasil, apesar de ter sido um dos primeiros países a utilizar a colposcopia associada ao exame citopatológico (Papanicolau) para a detecção precoce do câncer do colo do útero ou de suas lesões precursoras, ainda tem uma das mais altas taxas de mortalidade por esse tipo de câncer?
Carcereri, Santos, Tognoli, Oliveira e Freitas