Rastreamento de doenças crônicas mais comuns em atenção básica
O cuidado com a vida humana revela significados, comportamentos e expressões de acordo com a cultura eo momento histórico e social vivido. Assim, há de se problematizar eventos, fatos, transformações que ocorreram com a passagem dos anos e recapturar a noção de que o diálogo entre o profissional, o usuário e a família é essencial para a incorporação de novas práticas, saberes e tecnologias (MAIA; VAGHETTI, 2008).
Sem perder de vista que os profissionais são responsáveis pela condução da relação dialógica entre eles e o usuário dos seus serviços, ambos desenvolvem potenciais e habilidades com a aceitação da ambiguidade, da discrepância entre as situações e o uso de tecnologias. O serviço de saúde usa a tecnologia quando alia vários conhecimentos científicos com o objetivo de encontrar a solução para um problema ou situação vivida na prática, isto ocorre no encontro entre ele, o usuário e sua família (SOUZA, 2005).
Diante dessas observações, é possível reconhecer que o cuidado às pessoas com doenças crônicas exige do profissional mais do que conhecimentos sobre os aspectos biomédicos, exige também compreensão sobre como a doença crônica afeta a vida das pessoas, de suas famílias e das comunidades. Nessa perspectiva, a relação dialógica entre profissionais da saúde e pessoas com doenças crônicas, na qual ambos, contínua e dinamicamente, compartilham o momento vivido, torna-se uma referência.
Você sabia que há algumas décadas as doenças do aparelho circulatório são a primeira causa de morte no Brasil e por esta razão representam um importante problema de saúde pública?
Que estas doenças geram um custo aproximado de 475 milhões de reais, não incluindo as despesas com procedimentos de alta complexidade?
Você e sua equipe já realizaram um diagnóstico sobre a realidade da população adscrita e as doenças crônicas que mais afetam os usuários?
Conseguiram planejar ações que contribuam com a assistência às necessidades desses usuários?
Quais são as necessidades que estes usuários indicam e que alternativas eles sugerem?
Converse com sua equipe, chame o NASF para esta discussão, a interdisciplinaridade pode contribuir sobremaneira frente a estes problemas tão complexos.
Leitura Complementar:
Clique aqui e acesse Sishiperdia – Sistema de Gestão Clínica de Hepertensão Arterial e Diabetes Mellitus da Atenção Básica.
A hipertensão arterial e o diabetes mellitus constituem-se nos principais fatores de risco para as doenças do aparelho circulatório. As complicações mais frequentes decorrentes destes agravos são: o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a insuficiência renal crônica, a insuficiência cardíaca, as amputações de pés e pernas, a cegueira definitiva, os abortos e as mortes perinatais.
De janeiro a dezembro de 2008, foram identificadas 270 pessoas com diabetes mellitus, 2758 com hipertensão arterial e 831 pessoas convivendo com ambos os agravos simultaneamente (BRASIL, 2009).
Em 1976, no Canadá, e em 1984, nos Estados Unidos, foram criadas forças-tarefas para avaliar procedimentos utilizados na detecção de doenças em indivíduos assintomáticos. As avaliações destes dois grupos basearam-se sobretudo na análise cuidadosa dos estudos mais pertinentes a cada procedimento publicados na literatura científica da época.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda