Unidade 4 |
Atenção domiciliar: classificação, níveis de complexidade e riscos. |
O modelo de atenção às condições crônicas pode ser explicado pela pirâmide dividida em cinco níveis de cuidados. Observe que cada camada contém a camada imediatamente superior, agregando recursos humanos e materiais.
Objetivos
• Conhecer conceitos sobre complexidade para a atenção domiciliar
• Conhecer o conceito de risco
• Reconhecer níveis de complexidade e risco para diferentes grupos de pessoas
• Avaliar a relação complexidade, riscos e indicação do profissional da equipe de referência para cada situação específica.
Nível 1
O primeiro nível abrange a população como um todo e diz respeito à incorporação da prevenção e promoção da saúde. É deste nível que falamos quando temos agentes de controle de zoonoses realizando visitas para avaliação ambiental ou das visitas rotineiramente realizadas pelas agentes comunitárias da saúde para cadastramento e organização do vínculo das famílias com a equipe do centro de saúde. Neste nível é dada atenção especial aos determinantes sociais de saúde e as intervenções podem ser potencializadas pelo trabalho intersetorial (como no caso da atenção dispensada por centros de apoio a famílias ou por pastorais de saúde, muitas vezes em parceria com as equipe de saúde da família). Condições de emprego, de acesso à água potável e esgoto são tratadas neste nível.
Nível 2
O segundo nível trata da prevenção de condições de saúde. É neste nível que se incorporam ações voltadas a estilos de vida e comportamentos relacionados a riscos aumentados para a saúde. Aqui devem ser organizadas ações para redução do tabagismo (como no caso de pessoas acometidas por doença pulmonar obstrutiva crônica que convivem com fumantes dentro de casa). Neste nível, entendemos o trabalho das agentes comunitárias de saúde que, devido às exigências de sua função, procedem à observação daquelas pessoas que têm maior risco de adoecer e as orientam para irem até a UBS para avaliação e exames de rotina. É neste nível também que temos o trabalho de nutricionistas para revisão dos hábitos alimentares de uma família. O autocuidado apoiado, entendido como medidas de suporte para que pessoas e suas famílias organizem seus cuidados de saúde, é prática presente neste nível de atenção.
Nível 3
Trata-se do cuidado prestado a pessoas com condições de saúde simples, bem organizadas socialmente e em seu meio ambiente. Não existem estudos que definam a frequência de visitas domiciliares, mas neste nível estamos falando de pessoas que poderiam ter as visitas espaçadas, exigindo menos atenção estrita de profissionais e _ para evitar desestabilização clínica _ muito empenho da equipe para o ensino do autocuidado. Nesse nível, o acompanhamento e presença do médico e enfermeiro da equipe de saúde da família serão pertinentes.
Nível 4
São situações mais complexas, que exigem, além do médico e da enfermeira, a orientação expressa de especialistas focais e profissionais de outras categorias para organização do cuidado individual.
Nível 5
Tratamos aqui de situações extremamente complexas, para o que se exige, além do cuidado multiprofissional individual, um plano de cuidado mais intensivo e visitas domiciliares mais próximas no tempo, além de orientações e acordos claros para situações de urgência.