Eventos Agudos na Atenção Básica

Trauma Dental

Créditos

Avaliação Diagnóstica

Abordaremos, nesse tópico, os elementos fundamentais a serem conhecidos pelo cirurgião-dentista para que seja realizado um adequado diagnóstico nos casos de Trauma Dental.

Para a realização da avaliação diagnóstica, é importante saber qual é a origem do trauma dental. Portanto, o atendimento deve iniciar com a anamnese, atentando-se aos dados gerais do paciente e de seu histórico médico, e buscando-se, cuidadosamente, todas as alterações sistêmicas.

Em outras palavras, avalie onde e como o acidente ocorreu, com o intuito de definir a possibilidade de contaminação e os locais lesionados. As reações posteriores ao trauma ‒ como presença de edema, sangramento em demasia e alteração comportamental ‒ devem ser consideradas, assim como a presença de alguma intervenção anterior no local da lesão. Lembre-se de que a história prévia de traumatismos dentários deverá ser levada em conta!

Procure saber, também, qual foi o tempo decorrido desde o momento do trauma até o atendimento. Afinal, essa informação influenciará diretamente o plano de tratamento e o prognóstico do caso.

Importante:

  • Deverá ser dada máxima atenção para as alterações indicativas de hipertensão intracraniana, como: sonolência excessiva, vômitos em jato, alterações no nível de consciência e edema de pupila.
  • Alterações durante o teste de vitalidade ou durante a oclusão podem indicar deslocamentos, fraturas de tecido ósseo ou alterações na articulação temporomandibular.

Além da anamnese, deve-se proceder à limpeza da região traumatizada para que se possa visualizar melhor a extensão das lesões.

Já com conhecimento da origem do trauma e do histórico médico do paciente, e após a verificação da área lesionada, deve-se proceder ao exame clínico, como mostra o quadro a seguir:

Importante:

O teste de vitalidade pulpar com estímulo frio possui grande valor diagnóstico para confirmação de necrose pulpar em dentes permanentes. Entretanto, tem seu uso limitado nos casos de dentes recém-traumatizados, pois se pode ter uma resposta negativa à vitalidade sem existência de necrose pulpar. Nos casos de dentição decídua seu uso deve ser evitado devido à baixa confiabilidade.

Além das avaliações e dos testes realizados durante o exame clínico, recomenda-se a realização de exames complementares. Exames radiográficos são fundamentais para definir os procedimentos subsequentes, porém cabe ao profissional avaliar a disponibilidade de acesso a tais exames. A radiografia de tecidos moles é útil para a investigação da presença de corpos estranhos, como, por exemplo, fragmentos de dentes. Já o uso de radiografia oclusal fornece uma ótima visualização de luxações laterais, fraturas apicais e do terço médio e alveolares. No caso do uso de radiografia periapical, indica-se a realização de três tomadas radiográficas ‒ ortocêntrica, disto e mesio-angulada ‒ em cada dente traumatizado, para melhor visualização da extensão e localização da lesão dentária.