O isolamento e os estigmas da doença
Embora a hanseníase tenha cura e seja possível tratá-la no SUS, ainda é muito forte o preconceito causado pela doença.
Você já pensou por que a hanseníase é uma doença tão estigmatizada? Além disso, você sabe por que no Brasil utiliza-se o termo hanseníase em vez de lepra? Clique nas abas abaixo para ler mais sobre esses assuntos.
As pessoas acometidas pela hanseníase tiveram seu destino desviado e sua identidade perdida diante da sociedade em que viviam. Os doentes eram obrigados a se refugiar em colônias, a viver afastados da sociedade e a assumir uma identidade marcada por preconceitos relacionados à doença. Esse isolamento contribuiu para afirmar, perante a sociedade, o estigma sofrido pelo paciente com hanseníase.
Na maioria dos casos a discriminação e o preconceito têm dois lados, o primeiro da própria pessoa, a qual tem a doença e possui um autopreconceito, bem como medo de ser excluído do convívio de suas redes sociais e revelar para a sociedade que tem a hanseníase e, o segundo lado, é a sociedade que indiretamente sente medo da contaminação, incluindo também a família (FIGUEREDO, 2012).
O estigma ainda existe e se mostra mais resistente que a própria doença. O grande desafio associado à hanseníase, inclusive dos próprios usuários e familiares, é vencer o preconceito social. O afastamento e o preconceito associados à doença acabam ocasionando grande angústia aos seus portadores com sérias repercussões em sua vida privada e profissional (BAIALARDI, 2007).
Na tentativa de diminuir o estigma sobre a doença, em 1976, houve a mudança do nome lepra para hanseníase por meio da Portaria nº 165, de 14 de maio de 1976. Com a Lei nº 9.010, de 29 de março de 1995, tornou-se obrigatório o uso do termo hanseníase, com o intuito de minimizar preconceitos e discriminações sofridos pelos pacientes (LAGES, 2012).