As doenças negligenciadas
Em uma época marcada pelas transformações tecnológicas é contraditório abordar um assunto que trata da ausência de tecnologias, pesquisa e inovação na área da saúde.
Doenças negligenciadas são um grupo de afecções transmissíveis, em sua maioria causada por protozoários e transmitida por vetores, cujo tratamento é inexistente, precário ou desatualizado (OLIVEIRA, 2009).
No período entre 1975 e 2004, apenas 1% dos 1.535 novos fármacos registrados foi destinado às doenças tropicais (DIAS; DESSOY, 2009).
Esses dados sugerem que o investimento em pesquisa e desenvolvimento de fármacos para doenças negligenciadas é inadequado, sendo evidenciado pelo fato de o investimento em malária ser pelo menos 80 vezes menor que o para HIV/Aids (VIDOTTI; CASTRO, 2009).
Como uma das ações tomadas com o objetivo de intervir nessa situação, a DNDi pesquisa e desenvolve novos tratamentos para as doenças negligenciadas e tem como parceiros fundadores o Instituto Pasteur, na França; a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Brasil; o Ministério da Saúde da Malásia e os institutos de pesquisa clínica da Índia e do Quênia (PONTES, 2009).