Ética e bioética na atenção psicossocial

A ética, como reflexão crítica da moral, trata da possibilidade de refletirmos sobre a nossa conduta perante a sociedade. Pensar a ética na Atenção Psicossocial é também refletir sobre a conduta, que nesse caso envolve um serviço de saúde e o usuário dele. Clique nas setas para continuar a leitura:

  • A ética que aborda questões relacionadas à vida humana é a bioética. Pautada na Declaração Universal dos Direitos Humanos e em outros documentos de defesa da liberdade e autonomia do homem, a bioética suscita discussões sobre as situações causadas pelo progresso das ciências biomédicas. Dessa forma, questiona a conduta humana na área dos cuidados à saúde.

  • No panorama atual, a discussão que deve ser provocada nos serviços de saúde mental recai sobre a ética da inclusão social. A ética aqui em questão não parte mais da prática asilar do doente, mas da construção diária do lugar social do doente na cidade.

  • Uma inclusão que exige não apenas o habitar a cidade, mas estar nela com uma postura ativa, reconhecendo suas potencialidades, mas também suas limitações.

  • Partindo desse princípio, de que o sujeito “louco” é também um cidadão, como pensar em autonomia do sujeito em casos que a realidade psíquica não é a mesma compartilhada pela sociedade?

  • Quais técnicas e estratégias estão sendo utilizadas pelos serviços para promover a inclusão do sujeito-usuário na sociedade e na sua família?

  • Temos aqui o ponto crucial da ética da inclusão, que reside na inclusão da diferença. Dirigir-se ao sujeito na sua diferença é permitir a ele construir possibilidades que sustentem o seu lugar no mundo. É criar possibilidades de vida.

Transcreve-se o pensamento de Antonin Artaud, na ocasião em que escreveu a “Carta aos diretores de asilos de loucos” para reflexão sobre os aspectos apontados:

“E não podemos admitir que se impeça o livre desenvolvimento de um delírio, tão legítimo e lógico como qualquer outra série de ideias e atos humanos.”