HAS e obesidade

A obesidade, definida como um Índice de massa corporal (IMC) maior que o percentil 95% dos estudos populacionais, é um real problema de saúde pública em todo o mundo. Clique nos botões abaixo para apreender sobre a hipertensão arterial e obesidade.

Estudos epidemiológicos atuais revelam que nos Estados Unidos a prevalência da obesidade na infância chega a 18%. Essa alta prevalência também é observada na Europa e tem sido tendência em outros países de acordo com estudos realizados na Índia, China, África do Sul e também no Brasil, sendo que a prevalência mundial de obesidade aumentou em 2,5 pontos percentuais entre 1990 e 2010, atingindo 6,7% naquele ano e com uma expectativa de ultrapassar 9% em 2020.

A obesidade pode ser entendida como uma condição multifatorial em que fatores genéticos, ambientais, sociais, endocrinológicos e comportamentais estão envolvidos. O consumo exagerado de bebidas adoçadas como sucos e refrigerantes, guloseimas, fastfoods, ausência de exercícios físicos próprios da infância e excesso de tempo gasto em atividades estáticas como assistir televisão, uso de computador e de jogos eletrônicos estão incluídos nestes fatores.

A origem secundária, ou seja, em que existe uma doença sabidamente causadora da hipertensão é mais comumente encontrada na infância. Porém, o que se tem visto é um aumento significativo da chamada hipertensão primária entre as crianças. Dentre os fatores de risco para esse tipo de hipertensão estão a obesidade, hábitos alimentares, alto consumo de sódio, vida sedentária, baixa qualidade do sono e fumo passivo.

Outros fatores envolvidos são genéticos, étnicos, fatores associados as condições do parto e classe social, estes não podendo ser modificados. Existem diferentes teorias envolvendo a gênese e desenvolvimento da hipertensão que incluem alterações hormonais, vasculares, resistência à insulina e ativação do sistema nervoso autônomo.

A incidência da hipertensão arterial pediátrica tem sido em torno de 2,5% a 3% em todo o mundo, dados similares aos encontrados em estudos brasileiros sobre o tema, o que tem se tornado alvo de preocupação frequente entre os pediatras clínicos. É vital a compreensão destes distúrbios como um grave problema de saúde, visto que, seguindo a tendência mundial de aumento dos índices de obesidade e hipertensão arterial na infância.

Em breve teremos uma população grande de crianças obesas e com risco cardiovascular aumentado, e adultos com doenças cardiovasculares cada vez mais precoces.