Apoio Matricial

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Bases conceituais do Apoio Matricial

Ou seja, o termo matriz carrega vários sentidos; por um lado, em sua origem latina, significa o lugar onde se geram e se criam coisas; por outro, é utilizado para indicar um conjunto de números que guardam relação entre si, quer os analisemos na vertical, na horizontal ou em linhas transversais (HOUAISS, 2004).

Já o primeiro termo – apoio – sugere uma maneira para operar-se essa relação horizontal mediante a construção de várias linhas de transversalidade. Ou seja, sugere uma metodologia para ordenar essa relação entre referência e especialista, não mais com base na autoridade, mas com base em procedimentos dialógicos. O termo foi retirado do método Paidéia (CAMPOS, 2000), que cria a figura do apoiador institucional e sugere que, tanto na gestão do trabalho em equipe quanto na clínica, na saúde pública ou nos processos pedagógicos, a relação entre sujeitos com saberes, valores e papéis distintos pode ocorrer de maneira dialógica.

No caso, o apoiador procura construir projetos de intervenção de maneira compartilhada com os demais interlocutores, valendo-se tanto de ofertas originárias de seu núcleo de conhecimento, de sua experiência e visão do mundo, quanto incorporando demandas trazidas pelo outro em função de seu conhecimento, desejo, interesse e visão de mundo.

Apoio Matricial parte do pressuposto de que as funções de gestão são exercidas entre sujeitos, ainda que com distintos graus de saber e de poder (CAMPOS, 2000).

Procura-se criar espaços coletivos protegidos que permitam a interação dessas diferenças, buscando-se construir uma análise e interpretação sintética, bem como acordando linhas de intervenção e distribuição de tarefas entre os vários sujeitos envolvidos no processo.

Ou seja, com uma relação horizontal, toda a rede de serviços de saúde deixa de ser organizada de forma hierárquica e verticalizada, com atenção básica na base da pirâmide e os serviços de alta densidade tecnológica no topo. Dessa forma, o sistema de saúde passa a funcionar em rede, na qual todos os serviços são fundamentais e de igual importância, além de exigir uma articulação entre os diversos níveis e complexidades.

Leitura Complementar:

Para conhecer um pouco mais clique aqui e leia sobre Modelos tecno-assistenciais em saúde: da pirâmide ao círculo, uma possibilidade a ser explorada.

A organização em redes de atenção tem como eixo central o atendimento ao usuário, garantindo o acesso à tecnologia adequada em todos os serviços. Deixa de haver hierarquia entre serviços de média e alta complexidade e a Atenção Básica em Saúde (AB), que continua sendo a porta preferencial de entrada e coordenadora desta rede. Para tanto, são necessários profissionais e equipes com capacidade técnica, de forma que seus serviços sejam qualificados e resolutivos.

Delziovo, Moretti-Pires, Coelho e Lindner

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