É importante destacar que, além dos desafios colocados, existem outros obstáculos que devem ser levados em consideração.
Para que a fragmentação dê lugar à interdisciplinaridade e contribua para aumentar a eficácia das intervenções, é importante não somente facilitar a comunicação entre distintos especialistas e profissionais, como também montar um sistema que produza um compartilhamento de responsabilidades pelos casos e pela ação prática e sistemática, conforme cada projeto terapêutico específico. O papel de cada instância e de cada profissional deve ficar muito claro (CAMPOS, 2007).
A implementação do apoio matricial depende da existência de espaços coletivos, ou seja, do estabelecimento de algum grau de cogestão ou de democracia institucional.
Para refletir
Que aspectos de uma história colhida em um atendimento individual, um médico, uma psicóloga ou um enfermeiro podem registrar no prontuário ou comunicar aos demais membros da equipe ou do apoio? E a observação que um agente de saúde recolhe durante uma visita familiar, como e em que grau divulgá-la a outros colegas de equipe? Cada profissional teria um registro particular e outro compartilhado com a equipe? Como lidar com o coletivo e com a circulação de informação, sem comprometer o direito à privacidade de cada caso ou de cada família?
Delziovo, Moretti-Pires, Coelho e Lindner