Projeto Terapêutico Singular

Como formular um Projeto Terapêutico Singular – PTS

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Etapas do processo de construção do PTS

As respostas às perguntas anteriores gerarão uma série de reflexões que permitirão a todos os seus integrantes visualizarem a emergência da situação singular ou problema. Moré e Macedo (2006) apontam que a reflexão da equipe em torno desses questionamentos auxilia a avaliar a situação singular ou problema na sua intensidade, chegar à certas situações e, a partir das informações que surgirem, encontrar outros encaminhamentos ou respostas para a mesma, descaracterizando, em certa medida, a mobilização inicial evidenciada e que havia levado a equipe a pensar num PTS.

Antes de entrar na situação ou queixa propriamente dita, a pedido da mãe, no que se refere à análise da demanda explícita, já é possível observar os sistemas envolvidos e seus atores. Por sua vez, quando surge a proposta de um PTS, este já começa a constituir-se num sistema que contém outros. Vejamos a figura:

Figura 2: Contextualização dos sistemas e das inter-relações contidas em uma situação singular ou problema
Fonte: UFSC 2012

Esta proposta de reconhecer todos os sistemas que fazem parte de um PTS, por meio dos atores envolvidos na situação singular, permite visualizar como uma situação ou problema, que mobiliza uma equipe, pode ser articuladora de outros focos e de possibilidades. Esta leitura permite analisar, estrategicamente, diferentes descrições do problema e, assim, pode evidenciar novas possibilidades de entendimento do mesmo. Desta forma, na figura acima, podemos observar os sistemas envolvidos: família, escola e equipe presentes na situação singular e que se relacionam entre si pelos possíveis pontos de tensão, os quais podem ser:

É interessante apontar que cada sistema tem um representante ou outros protagonistas relacionados à situação e, por isto, se torna estratégico mapear estas interações e as relações com a equipe que está pensando em um PTS. As perguntas que a equipe deve responder em comum acordo inicialmente são:

Por exemplo, um dado que pode aparecer é que a mãe está questionando à equipe por insistência da professora que acolhe o filho na escola. Estas informações, que não aparecem num primeiro momento, são importantes principalmente na orientação que se possa vir a realizar, tanto para a mãe, como também para os professores da escola, sobre a proposta de tratamento do filho em questão. Isto seria um exemplo para buscar aliados nos sistemas envolvidos e torná-los corresponsáveis pelo cuidado da criança.

À Equipe do NASF, conforme já mencionado, cabe acolher a situação singular identificada com vistas a desenvolver habilidades e competências dos profissionais da Equipe de Saúde da Família instrumentalizando-os para maior resolubilidade da assistência. Isto não impede ou isenta os profissionais do NASF de prestarem assistência conjunta à ESF, mas para tal é imperativo a identificação das reais necessidades e de acordos entre as equipes.

Miranda, Coelho e Moré

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