Projeto de Saúde no Território

Conceitos, palavras-chave e pilares do Projeto de Saúde no Território

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O conceito de território no Projeto Saúde no Território

O território pode ser entendido como um espaço composto por múltiplos lugares. O significado de cada lugar é dado por seu uso. Existem lugares para amar, adoecer, curar, nascer, viver, trabalhar e lutar. A apropriação do território por parte dos sujeitos e a consequente identificação de cada um desses lugares, suas particularidades históricas e políticas permitem aos indivíduos um maior controle na gestão dos serviços, bem como sobre as condições que interferem em seu processo saúde-doença. O território é, portanto, um espaço de aprendizado e cidadania (MENDES; DONATO, 2003).

Milton Santos* (1998, p. 116), já afirmava que “é impossível imaginar uma cidadania completa que prescinda do componente territorial”.

SANTOS M. A. O espaço do cidadão. 4 ed. São Paulo: Nobel, 1998. 142 p. (Coleção Espaços).

Para o autor, o valor do indivíduo está diretamente relacionado ao lugar em que ele está, ao seu território, pois dele depende, a acessibilidade aos bens e serviços fundamentais para viver uma vida minimamente digna. Para o autor, uma política territorial denominada cidadã propõe-se a ir além de ofertar o mínimo. Ela precisa se dispor a propiciar acesso até mesmo aos bens e serviços mais raros, organizando-os de modo tal que não faltem a ninguém quando demandados. Uma frequência menor de solicitações por um determinado serviço justifica o seu não provimento em nível local; no entanto, sua disponibilidade precisa ser viabilizada por meio do trabalho em redes e da aproximação interterritórios.

Compreender e utilizar o território nessa perspectiva implica a elaboração de projetos coletivos, democráticos, inclusivos, participativos, cooperativos e intersetoriais. É nesse sentido que o PST pretende constituir-se em projeto capaz de fomentar a produção de saúde em um determinado espaço e ao mesmo tempo possibilitar a criação de fóruns de discussão coletiva voltados ao desenvolvimento do território em todas as suas potencialidades.

É na evolução da condição de sujeito passivo para cidadão participativo, capaz de contribuir na construção da política territorial de sua localidade, no rearranjo organizacional de seu território e na interface com as demais localidades, que o PST aposta.

Verdi, Freitas e Souza

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