Projeto de Saúde no Território

Conceitos, palavras-chave e pilares do Projeto de Saúde no Território

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Os pilares do Projeto de Saúde no Território

A compreensão ampliada do conceito de saúde considera que as condições de vida de indivíduos e coletividades são determinantes no processo saúde-doença. Assim, a maneira como nos alimentamos, nosso grau de escolaridade, nossa capacidade de consumo e acesso aos bens e serviços disponibilizados pelo poder público, entre outros aspectos, são questões imprescindíveis quando pensamos em saúde e em estratégias possíveis para sua promoção. Nessa perspectiva, torna-se impossível conceber o planejamento e a gestão da saúde de forma dissociada de políticas sociais (combate à fome, educação, transporte e habitação) e econômicas (trabalho, geração de emprego e renda, etc.).

Percebe-se que a intersetorialidade procura transcender a abordagem isolada dos problemas sociais, em que cada política social propõe uma solução a seu modo. Pressupõe, ainda, que essa nova abordagem de gestão considere os problemas sociais onde eles se manifestam, ou seja, no território onde as pessoas vivem e se relacionam. Nessa perspectiva, as demandas da população são entendidas de maneira contextualizada, ou seja, os problemas estão circunscritos a um território ou a uma região da cidade.

A ação intersetorial é um processo de aprendizagem e de determinação dos sujeitos, que deve resultar em uma gestão integrada, capaz de responder com eficácia à solução dos problemas da população de um determinado território, saindo, entretanto, do âmbito da necessidade para o da liberdade. O homem é considerado na sua integralidade, superando a autonomização e a fragmentação que têm caracterizado a gestão das políticas sociais para uma dimensão intersetorial (JUNQUEIRA, 2004, p. 27)*.

JUNQUEIRA, L. A. P. A gestão intersetorial das políticas sociais e o terceiro setor. Saúde e Sociedade, v. 13, n.1, p. 25-36, jan./abr. 2004.

Assim sendo, trabalhar a intersetorialidade no campo da saúde significa romper com a lógica de fragmentação do indivíduo e com a visão compartimentalizada de seus problemas, ainda presentes em muitos dos programas e políticas públicas de saúde em nosso país.

Verdi, Freitas e Souza

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