Com a finalidade de universalizar a assistência à saúde e reconhecer o Conceito Ampliado de Saúde proposto na VIII Conferência Nacional de Saúde, que aponta a saúde como resultante de condições sociais, é que a Constituição Federal brasileira de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas afinal, o que é saúde nessa perspectiva?
Na lógica da produção social da saúde, ser saudável não significa apenas não estar doente. A introdução deste novo entendimento no campo da saúde admite que um indivíduo/comunidade saudável é aquele(a) que tem a possibilidade de produzir a sua própria saúde, seja mediante cuidados tradicionalmente conhecidos, seja por intervenções que influenciem o seu meio (como ações políticas para a redução de desigualdades, educação, cooperação intersetorial ou participação da sociedade civil nas decisões que dizem respeito à sua existência). Saúde, portanto, é a capacidade, individual ou coletiva, de atuar diante das demandas que envolvem o seu processo vital (SANTOS; WESTPHAL, 1999).
Essa proposta entende que a saúde dos sujeitos ou de uma comunidade depende da interação de uma gama de fatores:
do diálogo entre os distintos grupos sociais;
das políticas adotadas pelo governo;
de questões inerentes ao sistema de saúde;
das condições de vida das pessoas;
do ensino destinado aos profissionais de saúde;
das intervenções sobre o meio ambiente, etc.
Trabalho intersetorial, participação social, ampliação do conceito e do modo de produzir saúde e contribuição para mudança societária são, portanto, objetivos implícitos na proposta do SUS e, consequentemente, no trabalho das equipes de SF e NASF. Objetivando enfrentar o desafio de caminhar em direção a essa nova maneira de pensar/trabalhar a saúde, o PST introduz novos elementos e ferramentas que visam a proporcionar uma atenção integral à saúde, procurando olhar o processo saúde-doença através das lentes do Conceito Ampliado e da Produção Social de Saúde.
Verdi, Freitas e Souza