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A multimorbidade está associada com um aumento na necessidade de utilização de outros serviços de saúde além da Atenção Básica à Saúde, em particular mais consultas com médicos especialistas focais (STARFIELD, 2011). Tanto o número de consultas com especialistas focais quanto a proporção de pessoas que se consultam com especialistas focais aumentam com a multimorbidade.
Também é sabido que a prevalência da multimorbidade vem aumentando (STARFIELD, 2011). Esse aumento pode ser atribuído a diversos fatores, entre eles: as mudanças nos critérios que definem determinadas doenças crônicas, com redução do limiar para os diagnósticos; a inclusão de novos diagnósticos; e mudanças sociodemográficas que levam ao envelhecimento populacional e ao aumento de alguns fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis.
Nesse contexto, a coordenação de cuidados passa a ter ainda mais importância no escopo das ações dos serviços de Atenção Básica à Saúde. Como visto no caso de Margarida, o acompanhamento de pessoas com necessidade de utilização de recursos de saúde em serviços de atenção secundária será uma realidade cada vez mais presente para os profissionais das equipes de Saúde da Família. Assim, é importante que esses profissionais estejam aptos a compreender e desenvolver seu papel nesse cenário.