Caso clínico 1
Dona Margarida estava precisando apenas de uma nova receita

  • De acordo com seu prontuário no Centro de Saúde, Margarida está em uso dos seguintes medicamentos:

    Prontuário

    Porém, em suas consultas fora do Centro de Saúde, não é raro que esses medicamentos sejam substituídos ou que outros medicamentos sejam incluídos nessa relação. Situação assim ocorreu recentemente, quando Margarida procurou o Centro de Saúde para conseguir renovar sua receita.

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    Margarida chega à recepção do Centro de Saúde e é recebida por Vera, recepcionista da unidade.

    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Vera: Bom dia, Dona Margarida! Em que podemos ajudá-la hoje?

    Margarida: Bom dia, Vera! Estava precisando de uma nova receita, pois fui à farmácia comprar meus medicamentos e me disseram que a minha receita está “vencida”.

    Vera: Certo! Vou conversar com a Rosa (enfermeira da equipe que acompanha Margarida). Pode aguardar aqui na recepção, por favor.

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    Após alguns minutos, Rosa vem conversar com Margarida na recepção.

    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Rosa: Bom dia, Dona Margarida! Como vai?

    Margarida: Bom dia, Rosa! Hoje estou bem. Estava precisando apenas de uma nova receita, pois fui na farmácia e não consegui comprar meu remédio (retira a receita da bolsa e entrega para a enfermeira).

    Rosa: Deixe-me ver, Margarida! Realmente a receita é mais antiga (é uma receita emitida há cerca de 9 meses, em um receituário com o timbre da Santa Casa). A agenda do Dr. Juliano já está bem cheia hoje, mas ele já está quase terminando. Vou conversar com ele e veremos o que pode ser feito.

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    Assim que um paciente sai do consultório do Dr. Juliano, Rosa entra na sala com a receita.

    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Rosa: Juliano, Dona Margarida, aquela paciente que faz acompanhamento na Santa Casa, está precisando de uma receita nova.

    Juliano: Nossa! Faz um bom tempo que não a vejo (verifica no prontuário eletrônico que a última consulta foi há quase 1 ano atrás). É a receita dos medicamentos que ela já usa? Posso emitir uma cópia aqui…

    Rosa: A receita é essa aqui (mostra a receita a Juliano):

    • Enalapril 10 mg, 1 comp. de 12 em 12 horas
    • Anlodipino 5 mg, 1 comp. pela manhã
    • Hidroclorotiazida 25 mg, 1 comp. pela manhã
    • Sinvastatina 20 mg, 1 comp. à noite
    • Ácido acetilsalicílico 100 mg, 1 comp. após o almoço
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    Percebendo o problema, Juliano prefere atender Margarida e procurar entender qual foi a razão da mudança na prescrição. Assim, Rosa volta à recepção e avisa Dona Margarida que Dr. Juliano vai atender as duas últimas consultas que estão agendadas e, em seguida, irá chamá-la. E, dessa forma, algum tempo depois, Margarida está no consultório de Juliano.

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    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Juliano: Bom dia, Margarida! Rosa me disse que a senhora estava precisando de uma receita. Vi aqui a receita que ela me trouxe e notei que não são os mesmos medicamentos que a senhora vinha usando na última vez que nos vimos.

    Margarida: Não são não, doutor? Achei que eram os mesmos. Foi o senhor mesmo que os receitou, não?

    Juliano: Não fui eu não, Margarida. Essa receita é da Santa Casa. Na última vez que nos vimos, há cerca de 1 ano, os medicamentos que a senhora usava eram outros.

    Margarida: Ah, é verdade, Dr. Juliano! Agora me lembrei! Essa receita aqui foi do cardiologista da Santa Casa.

    Juliano: Entendo, Margarida! Que bom que a senhora se lembrou. Sabe dizer por que foi que ele trocou os medicamentos que a senhora vinha usando?

    Margarida: Não sei não, Dr. Juliano. Foi a primeira vez que me consultei com esse médico. Me disseram que o Dr. João Carlos (cardiologista que havia atendido Margarida na Santa Casa em outras ocasiões) se aposentou. Então, agendaram com esse rapaz. Ele me perguntou quais eram os medicamentos que eu estava usando. Mas eu tinha deixado minha receita em casa e não soube dizer. Disse a ele que eram uns remédios de pressão, colesterol e o AAS.

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    Juliano então se lembra que Margarida teve poucos anos de estudo e tem bastante dificuldade para compreender a linguagem escrita.

    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Juliano: Ah, agora entendi o que houve, Margarida. Acontece que esses medicamentos são diferentes dos que a senhora vinha usando.

    Margarida: São, Dr. Juliano? Nossa!

    Juliano: Sim, Margarida! Por acaso a senhora está com os remédios na bolsa para me mostrar como está usando?

    Margarida: Estou com eles aqui sim, Dr. Juliano.

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    Então, Margarida retira de sua bolsa uma sacola plástica com embalagens de medicamentos e as coloca sobre a mesa. Juliano nota que não são os medicamentos que estão na receita da Santa Casa, mas sim os que estão registrados no prontuário eletrônico da paciente. Fica ainda mais aliviado quando pede que ela explique como está usando aqueles medicamentos e ela descreve a posologia correta.

    Dona Margarida na Unidade de Saúde

    Juliano: Que bom, Margarida! Os medicamentos que a senhora está usando são os mesmos que lhe receitei na última vez que nos vimos.

    Margarida: Ah sim, Dr. Juliano! Faço questão de usar meus remédios direitinho. Lá na hemodiálise, o Doutor sempre me pergunta se estou usando os remédios. Foi por isso que fui à farmácia hoje. Esses aqui (referindo-se aos medicamentos que estavam na bolsa) são os últimos que tenho. Não queria ficar sem remédios. Então, peguei essa receita que encontrei na escrivaninha e fui à farmácia.

  • Juliano, então, faz uma nova prescrição para Margarida e orienta novamente sobre o uso das medicações. Ao final do expediente, Juliano explica a situação para Rosa. Ambos concordam que é preciso conversar sobre isso com a equipe.

    Saiba mais sobre!!!

    A coordenação de cuidados.

  • No dia seguinte pela manhã, logo no início do expediente, quando os agentes comunitários vêm à unidade, Rosa reúne a equipe na sala de reuniões. Ela e Juliano explicam a situação ocorrida no dia anterior com Margarida. A equipe conversa sobre a situação, de forma que todos possam expressar seu ponto de vista e sugerir uma ação, dentro do escopo de atuação de cada um, para melhorar o acompanhamento da paciente. O plano de cuidados estabelecidos envolve visitas periódicas dos agentes comunitários para verificar as receitas que Margarida tem guardadas em casa, consultas médicas periódicas, a princípio trimestrais, e consultas de enfermagem também periódicas, nas quais Rosa poderá ajudar Margarida a desenvolver sua capacidade de autocuidado.

  • Além das ações que a equipe definiu para o plano de cuidados para Margarida, como visto acima, quais outras ações poderiam ser utilizadas?

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    Esta atividade não é pontuada, tem o intuito de acompanhar a aprendizagem. Não é necessário realizá-la novamente.
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    Estabelecer contato com os profissionais responsáveis pelo acompanhamento dos pacientes nos serviços de atenção secundária é sempre uma experiência válida, pois produz resultados positivos tanto no cuidado aos pacientes como no desenvolvimento dos profissionais envolvidos.

    Muitas vezes, esse contato pode se dar por meio eletrônico, quando os serviços compartilham de um mesmo prontuário eletrônico ou de recursos de comunicação a distância em suas unidades de saúde. Mesmo na inexistência de recursos assim, é possível tentar estabelecer uma comunicação por telefone ou por relatórios.

    Além disso, é sempre importante dar atenção ao processo de referência e contrarreferência dos pacientes entre os serviços de saúde. Os relatórios de referência e contrarreferência, sejam impressos ou eletrônicos, devem conter dados completos do paciente, incluindo identificação, lista de problemas, medicações em uso e os exames mais relevantes para o caso, deixando claro o motivo que gerou o encaminhamento.