As desigualdades existentes nas relações sociais entre homens e mulheres são traduzidas pelos movimentos de mulheres como causadoras de problemas de saúde, que acometem de modo particular a população feminina.
Traduz-se, sobretudo, como verdadeiro avanço no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, merecendo destaque a qualificação da atenção obstétrica, a Rede Cegonha, o planejamento familiar, a atenção ao abortamento inseguro, o combate à violência sexual ou doméstica e o reconhecimento da população lésbica e bissexual como sujeitos de direitos a cuidados diferenciados em saúde. Esta nova forma de produzir saúde estimula, mundialmente, a busca pelas particularidades no atendimento das necessidades de atenção à saúde dessas mulheres.
Assim, reforçamos a importância do fortalecimento da Atenção Básica, não apenas do ponto de vista assistencial, mas também voltado para a manutenção e garantia dos direitos sociais já conquistados e para a promoção de discussões de tantos outros, de modo a atender às demandas reais da sociedade brasileira.
Esse pensar-agir no campo da saúde é fundamental para que se estabeleçam relações solidárias em um processo dinâmico de produção de saúde que se paute pela participação cidadã e por princípios de equidade, integralidade e universalidade, na perspectiva de uma saúde verdadeiramente coletiva no SUS.
Carcereri, Santos e Tognoli