Atenção Integral à Saúde da Mulher

Introdução

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Introdução à Saúde da Mulher

Antes de darmos início aos estudos deste módulo, que tem como foco a atenção integral à saúde da mulher, é importante que nos aproximemos um pouco mais de questões essenciais que envolvem esta temática, considerando os diferentes cenários sociais, políticos, culturais e econômicos em que a mulher se insere na atual sociedade brasileira.

Portanto, faz-se necessário aprofundar o entendimento acerca da representação social da mulher em nosso país, ou seja, que percepções estão envolvidas com o ser mulher, ou sentir-se mulher, e quais são os papéis associados à figura feminina no Brasil.

Todos esses questionamentos são fundamentais quando desejamos trabalhar saúde sob a perspectiva da integralidade, compreendendo que as questões de vida e as singularidades interferem diretamente na produção social da saúde.

Diante desse panorama, a Saúde da Mulher é entendida como prioritária para as políticas públicas, tanto no cenário mundial como no contexto brasileiro. Em nosso país, é expressa por meio da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, no âmbito da gestão federal do SUS e é reafirmada por diferentes pactos firmados pelos gestores das três esferas governamentais: Pacto pela Saúde, pela Vida e de Gestão do SUS, e, mais recentemente, através das Redes de Atenção à Saúde, entre as quais destacamos a Rede Cegonha. Tal política visa fundamentalmente à implementação dos princípios norteadores do SUS, com ênfase na promoção da saúde e na integralidade da atenção, ampliando o escopo de atuação das equipes de saúde diante das ações propostas para a saúde da mulher.

De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica, Portaria MS/GM nº 2.488 de 21 de outubro de 2011 (BRASIL, 2011), a Saúde da Mulher constitui-se em uma das áreas estratégicas nacionais para atuação no âmbito da Atenção Básica em saúde. Aliada a isso, a constituição da Secretaria de Políticas para as Mulheres contribui para a discussão e inclusão desta temática no contexto das políticas públicas gerais.

Ressalta-se aqui a importância do movimento organizado de mulheres, que vem atuando de modo incisivo no campo da saúde.

Tal organização ocupa uma posição de destaque por introduzir na agenda política brasileira temas até então não considerados na esfera pública, uma vez que eram compreendidos como circunscritos às relações privadas.

Esses movimentos denunciam as desigualdades existentes nas condições de vida e nas relações entre homens e mulheres, assim como apontam os problemas e dificuldades associados à sexualidade, saúde reprodutiva, anticoncepção, prevenção de doenças transmissíveis e sobrecarga de trabalho das mulheres.

Carcereri, Santos e Tognoli

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