Atenção Integral à Saúde da Mulher

Atenção Integral à Saúde da Mulher no Climatério e na Menopausa

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O Climatério: considerações gerais e definição

Embora a saúde da mulher, no Brasil, tenha sido incorporada às políticas nacionais no início do século XX, o tema climatério se insere neste contexto pela primeira vez e em caráter prioritário somente em 1984, quando é lançado o Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), pelo Ministério da Saúde. A partir de então, passaram a ser desenvolvidas atividades de capacitação em atenção integral à saúde da mulher em vários estados brasileiros e, em alguns deles, ações específicas direcionadas às mulheres no climatério.

Mas por que esta preocupação com o climatério? Qual a razão desta parcela da população ser alvo de políticas na área da saúde?

Dados estatísticos apontam que o Brasil é um país que está envelhecendo, sendo o sexto em número absoluto de pessoas com mais de 60 anos. Uma das principais consequências desse quadro é a dificuldade em planejar as ações no Sistema de Saúde (ZAMPIERI et al., 2009). A atenção à saúde da mulher evidencia a dificuldade no planejamento das ações de saúde, pois a população feminina constitui a maioria dos usuários (96.293.080 de mulheres em 2007) que procuram os serviços e a maior esperança de vida ao nascer (72,9 anos). Nesse universo, cerca de 30 milhões têm entre 35 e 65 anos, o que significa que 32% das referidas mulheres no Brasil estão na faixa etária em que ocorre o climatério (BRASIL, 2008).

Grande parte delas viverá um terço de suas vidas acima dos 50 anos (IBGE, 2003), gerando a necessidade de uma atenção específica e esforços em direção ao “viver melhor”, condições que permitam uma melhor qualidade de vida devem ser estabelecidas.

Considerando a visão ampliada de saúde adotada neste curso, vale lembrar que diversos aspectos da vida estão a ela relacionados, como a alimentação, o lazer, as condições de trabalho, a moradia, a educação/informação e renda, as relações sociais e familiares, a autoimagem e a autoestima e o meio ambiente. Nesta perspectiva, a saúde transcende o simples acesso aos serviços de saúde ou à ausência de doença. A discriminação e os preconceitos são variáveis que devem ser consideradas, uma vez que também compõem o processo de saúde-doença e aumentam a vulnerabilidade frente a determinados agravos que estão – para a população de mulheres – mais relacionados com as situações de discriminação que com os fatores biológicos.

É necessário capacitar e sensibilizar os profissionais de saúde para atender esta parcela da população na atenção básica. Aproveitar todas as ocasiões que a mulher busca a unidade de saúde procurando desenvolver ações de promoção, prevenção e ou recuperação, de acordo com o perfil epidemiológico deste grupo populacional.

Na gestão, é importante incluir rotinas, fluxos e protocolos para otimizar o atendimento e a utilização dos recursos do SUS e estabelecer parcerias com os diversos níveis de complexidade e setores de saúde para que se concretizem as referências e as contra referências.

Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas

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