De acordo com Zampieri et al. (2007), ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, identificação precoce e tratamento de doenças crônicas comuns e manejo da sintomatologia climatérica precisam ser implementadas na atenção básica, na unidade de saúde ou nos domicílios, no âmbito individual ou coletivo.
Para tal:
Realizar a avaliação nutricional, por meio do IMC, e orientar dietas, lembrando da importância da mastigação adequada. Dietas hipocalóricas, diminuir alimentos ricos em colesterol; aumentar alimentos com fibras vegetais (derivados de grãos, farelos, frutas e verduras) para mulheres com sobrepeso e obesidade, respeitando seus padrões culturais e econômicos, diversificando os alimentos; dieta para a redução dos níveis de colesterol, pobre em gorduras e rica em frutas, vegetais e grãos; dieta para a prevenção e tratamento de osteoporose – rica em leguminosas (grãos de soja, farelos, óleo de linhaça, brotos de feijão), rica em cálcio (leite, queijo, requeijão, sorvete, sardinha, brócolis, couve) de forma fracionada, com a última ingestão no período noturno, próximo ao deitar. Evitar ingerir alimentos ricos em cálcio em conjunto com fibras vegetais, pois estas diminuem a absorção do cálcio. Na peri e pós-menopausa, a mulher deve ingerir 1000mg/dia de cálcio. Fazer uso de café e sal com moderação. O sódio e a cafeína facilitam a excreção de cálcio;
Orientar a realização de exercícios, regulares, de baixo impacto, estando devidamente nutridas e hidratadas. Estimular atividades como caminhada (antes das 10 horas e após às 16 horas, de preferência no sol, usando vestimenta e calçado adequado), corrida, natação, ciclismo e outros exercícios, entre eles a musculação, que podem ser feitos após avaliação médica;
Orientar exercícios de Kegel para o reforço da musculatura do assoalho pélvico e a conservação de sua estática (BRASIL, 2008, p. 60);
Propiciar espaços de lazer e ocupações para mulheres nesta faixa etária. Orientar para a prática de atividades laborativas (escultura, tear, pintura, tricô); para escutar músicas e dançar; para conversar com as amigas; para ler bons livros e atualizar-se; para entrar em contato com outras gerações e aprender com elas;
Manter um ritmo de vida adequado (hora para se alimentar e repousar). O importante não é tanto o número de horas de sono, mas a disposição com que se acorda;
Encaminhar ao especialista para identificar ou rastrear fatores de risco para doenças crônicas ou agravos e tratar, se necessário, doenças cardiovasculares, câncer de colo uterino, de ovário, de endométrio e de mama, hipertensão, hipotireoidismo e osteoporose, diabetes, etc;
Orientar para que fique atenta aos sinais que indicam doenças e depressão e que procure ajuda, encaminhando para psicoterapia, caso seja necessário;
Orientar sobre os riscos e benefícios da terapia hormonal, fitoestrógenos, fitoterápicos, homeopatia e acupuntura, orientando quanto a indicações e contraindicações destes;
Orientar na perimenopausa com relação ao uso dos métodos contraceptivos (contraceptivo oral combinado ou com progesterona e injetável, DIU, métodos de barreira – camisinha feminina e masculina – espermicida, diafragma, anéis vaginais e os anticoncepcionais transdérmicos e implantes), sendo que qualquer método deve estar associado ao uso de preservativo para evitar DST;
Informar que podem viver sua sexualidade. Viver com intensidade o prazer e a sua sexualidade, deixando de lado os tabus e as culpas. É necessário conversar com o companheiro, evitando conflitos conjugais, comuns neste período, decorrentes do desconhecimento sobre as transformações inerentes ao climatério, e solicitar mais carinho, mais aproximação, mais companheirismo, para viver a sexualidade plenamente;
Encaminhar para os serviços de referência para avaliação, nos casos de indicação cirúrgica, doenças endócrinas, pulmonares, psiquiátricas (depressão), em busca de resolução do fator primário correlacionado, ou ajuste do tratamento.
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Leitura complementar:
Consulte o material complementar deste Módulo e saiba mais sobre abordagem terapêutica: tratamento hormonal e cuidados da saúde da mulher.
Clique aqui para acessar: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Atenção à Mulher no climatério/Menopausa. Brasília, 2008.
Agora, vamos refletir sobre um exemplo.
Esta situação demonstra como a equipe ESF/NASF precisa trabalhar de forma interdisciplinar e integrada para a busca do cuidado humanizado e integral.
E na sua equipe como acontece este trabalho interdisciplinar? Os profissionais do NASF referenciam os casos para a sua equipe de Saúde da Família? E questões relacionadas ao climatério são discutidas por toda equipe?
Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas