Atenção Integral à Saúde da Mulher

Atenção Integral à Saúde da Mulher no Climatério e na Menopausa

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Alterações no climatério

O climatério não é uma doença, e sim uma fase natural da vida da mulher. Muitas passam por essa fase sem queixas ou necessidade de medicamentos, enquanto outras mulheres apresentam sintomas que variam em intensidade e diversidade em razão das modificações hormonais e metabólicas, alterações que podem ser classificadas como precoces, de médio prazo e tardias. Além dos fatores fisiológicos, interferem os fatores socioculturais, determinados pelo contexto da mulher, e os fatores psicológicos, dependentes da estrutura do seu caráter.

As alterações de curto prazo são chamadas de alterações transitórias. Ocorrem distúrbios neuroendócrinos que podem coincidir com crise de identidade, caracterizada pela perda da autoestima, insegurança e medo de rejeição.

As alterações de médio prazo consistem das manifestações atróficas do sistema geniturinário e alterações de pele. Estas, junto com as tardias, são chamadas de alterações não transitórias. As principais alterações estão presentes no quadro a seguir.

Quadro 1: Principais alterações de médio prazo que ocorrem no climatério.
Fonte: Brasil, 2008.

As alterações tardias são resultantes de longa privação do efeito dos esteroides sexuais que conduzem às modificações das lipoproteínas e do metabolismo ósseo mineral. Em consequência, o quadro pode ser acompanhado de doença cardiovascular; osteoporose; angina; cardiopatia coronariana; fratura de quadril ou punho; dor nas costas (ZAMPIERI et al., 2007). A condição do hipoestrogenismo pode influenciar a elevação dos níveis de colesterol e triglicérides, ocorrendo um aumento nas taxas de LDL e diminuição nas de HDL (BRASIL, 2008). Há também o efeito ósseo. A osteoporose, densidade esquelética (calcificação) diminuída, pode ser evitada por tratamento profilático. Ela é responsável por um milhão e meio de fraturas anuais.

A atividade regular sexual no climatério não se altera. No entanto, a interrupção prolongada da atividade sexual pode permitir um estreitamento significativo e atrofia da vagina, podendo levar à dispareunia ao retorno da prática do ato sexual. A resposta sexual permanece íntegra, mas devido às alterações neuroendócrinas e circulatórias relacionadas, o padrão de resposta é mais lento e menos intenso (fase de excitação), mas nem por isso menos prazerosa ou satisfatória. O tempo para que haja a lubrificação labial e vaginal e elevação do tecido clitoriano aumenta. O número de contrações uterinas com o orgasmo diminui e podem ser dolorosas. A incidência do rubor cutâneo está diminuída e a tensão muscular também. O tempo de orgasmo diminui e a fase de resolução é mais rápida.

As modificações que ocorrem no corpo da mulher podem afetar a sua sexualidade em relação à experiência da juventude. Devem ser interpretadas como uma nova fase a ser experienciada, e não o fim das possibilidades sexuais.

O final do período reprodutivo deve ser visto como um aspecto positivo para a mulher, no exercício de sua sexualidade, ou seja, deve torná-la receptiva e disposta a esta atividade, uma vez que está descartada a possibilidade de uma gravidez (LOPES; COSTA, 2000).

Santos, Zampieri, Oliveira, Carcereri, Correa, Tognoli e Freitas

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