Atenção Integral à Saúde do Adulto

Atenção integral aos usuários com doenças crônicas não transmissíveis

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Considerações e conceitos sobre diabetes mellitus

Diagnóstico clínico e laboratorial do diabetes mellitus
São quatro os sintomas clássicos de DM: poliúria, polidipsia, polifagia e perda involuntária de peso, conhecidos como os "4Ps". Fadiga, astenia, letargia, prurido cutâneo e vulvar, balanopostite e infecções de repetição são outros sintomas que conduzem à suspeita clínica (CORPORATION, 2003).

Nos casos em que os parâmetros de níveis glicêmicos do indivíduo não estão suficientemente elevados para caracterizar o diagnóstico de DM, mas estão acima do ideal, esse usuário faz parte do grupo de pessoas portadores de hiperglicemia intermediária, com risco elevado para o desenvolvimento de DM.

Tratamento do diabetes mellitus
A principal meta do tratamento de DM é normalizar a atividade da insulina e dos níveis de glicose para reduzir o aparecimento de complicações vasculares e neuropáticas. Para conseguir níveis de glicemia normais (euglicemia) sem causar episódios de hipoglicemia, é preciso observar cinco componentes: tratamento nutricional, exercício físico, monitoração glicêmica, terapia farmacológica e educação para a saúde (SMELTZER; BARE, 2005).

O tratamento nutricional deve ter como metas: satisfazer as necessidades energéticas, fornecer todos os constituintes alimentares essenciais, alcançar e manter um peso adequado, manter os níveis de glicemia estáveis durante o dia, evitando flutuações e reduzindo o risco de complicações, diminuir o nível sérico de lipídios para reduzir o risco de doença macrovascular.

O tratamento farmacológico visa a facilitar a captação da glicose pelo músculo, tecido adiposo e células hepáticas, com a perda da capacidade para produzir insulina no diabetes tipo 1; a insulina exógena deverá ser administrada durante toda a vida; já no diabetes tipo 2, a insulina exógena pode ser necessária com a evolução da doença ou com a falha da terapia nutricional e dos hipoglicemiantes orais.

Complicações do diabetes mellitus
As complicações do DM podem ser classificadas em agudas e crônicas. As complicações agudas estão relacionadas com os desequilíbrios dos níveis de glicose no sangue por um período de tempo curto e são elas: hipoglicemia, cetoacidose diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica (HHNS, também chamada de coma não cetônico hiperosmolar hiperglicêmico ou síndrome hiperosmolar hiperglicêmica).

As complicações crônicas podem ser classificadas em macroangiopatia e microangiopatia. A macroangiopatia é a aceleração dos processos de aterosclerose das grandes artérias. Principais doenças relacionadas à macroangiopatia são: doença vascular cerebral, coronariopatia, doença vascular periférica. A microangiopatia diabética é o comprometimento da funcionalidade e da integridade dos capilares sanguíneos. As principais patologias relacionadas com as microangiopatias são: retinopatia diabética, nefropatia diabética, neuropatia (SMELTZER; BARE, 2005).

Você sabia que a hipoglicemia nas pessoas idosas pode passar despercebida e, por esta razão, resultar em quedas e até mesmo em fraturas? Nos casos de atenção a idosos com lesões decorrentes de quedas, procure investigar se esses usuários estão fazendo acompanhamento de suas condições de saúde, dentre as quais a glicemia.

As pessoas idosas podem não reconhecer os sintomas de hipoglicemia. Sua ocorrência nessa faixa etária pode ser em razão da omissão de refeições em virtude de apetite diminuído ou de limitações funcionais. Mas, independentemente de faixa etária, a desidratação deve ser uma preocupação nas pessoas que apresentam níveis sanguíneos de glicose cronicamente elevados.

O tratamento das complicações do diabetes deve ser o objetivo da equipe de saúde. Assim, a equipe deve estar atenta para oferecer informações e cuidados que evitem a cegueira e a amputação de membros do indivíduo com diabetes por meio da identificação e do tratamento precoces da retinopatia e das úlceras de pés. Isso pode fazer a diferença em termos de hospitalização e de autonomia para a pessoa com DM.

A duração de DM (superior a dez anos), idade acima de 40 anos, história de tabagismo, pulsos periféricos diminuídos, sensibilidade diminuída, deformidades anatômicas ou áreas de pressão (joanetes, calos, dedos em martelo), história de úlceras de pé e amputações prévias são fatores de alto risco para o desenvolvimento de infecções nos pés.

Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda

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