O cuidado com a vida humana revela significados, comportamentos e expressões de acordo com a cultura e o momento histórico e social vividos. Assim, há que se problematizarem eventos, fatos, transformações que ocorreram com a passagem dos anos e recapturar a noção de que o diálogo entre profissional, usuário e família é essencial para a incorporação de novas práticas, saberes e tecnologias (MAIA; VAGHETTI, 2008).
Nessa perspectiva, a relação dialógica entre profissionais da saúde e pessoas com doenças crônicas, na qual ambos, contínua e dinamicamente, compartilham o momento vivido, torna-se uma referência.
Você sabia que, há algumas décadas, as doenças do aparelho circulatório são a primeira causa de morte no Brasil e por esta razão representam um importante problema de saúde pública? Que essas doenças geram um custo aproximado de 475 milhões de reais, não incluindo as despesas com procedimentos de alta complexidade? Você e sua equipe já realizaram um diagnóstico sobre a realidade da população adscrita e as doenças crônicas que mais afetam esses usuários? Conseguiram planejar ações que contribuam para a assistência das necessidades desses usuários? Quais são as necessidades que esses usuários indicam e as alternativas que sugerem?
Converse com sua equipe, chame o NASF para essa discussão, a interdisciplinaridade pode contribuir sobremaneira diante de problemas tão complexos.
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Aproveite, clique aqui e acompanhe mais informações sobre o departamento de Informática do SUS e o SisHiperdia.
A hipertensão arterial e o Diabetes mellitus constituem os principais fatores de risco para as doenças do aparelho circulatório. As complicações mais frequentes decorrentes desses agravos são: o infarto agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral, a insuficiência renal crônica, a insuficiência cardíaca, as amputações de pés e pernas, a cegueira definitiva, os abortos e as mortes perinatais. De janeiro a dezembro de 2008, foram identificadas 270 pessoas com Diabetes mellitus, 2.758 com hipertensão arterial e 831 pessoas convivendo com os agravos simultaneamente (BRASIL, 2009).
Neste sentido, assumiu o compromisso de executar ações em parceria com os estados, municípios e a Sociedade Brasileira de Cardiologia, Hipertensão, Nefrologia e Diabetes, Federações Nacionais de Portadores de Hipertensão Arterial e Diabetes, CONASS e CONASEMS para apoiar a reorganização da rede de saúde, para a melhoria da atenção às pessoas com esses agravos, por meio do Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.
Uma das ações propostas pelo Ministério da Saúde para o acompanhamento e controle da hipertensão e diabetes mellitus foi a disponibilização de um sistema informatizado para o cadastramento das pessoas com esses agravos. Em médio prazo, a ação visa a estabelecer o perfil epidemiológico dessa população e desencadear estratégias de saúde coletiva com vistas à mudança do quadro atual, propondo melhoria na qualidade de vida das pessoas e de seus familiares, assim como a diminuição do custo social.
Você sabe onde encontrar informações confiáveis sobre o rastreamento?
Em 1976, no Canadá, e em 1984 nos Estados Unidos, foram criadas forças-tarefas para avaliar procedimentos utilizados na detecção de doenças em indivíduos assintomáticos. As avaliações desses dois grupos basearam-se, sobretudo, na análise cuidadosa dos estudos mais importantes, pertinentes a cada procedimento, publicados na literatura científica da época.
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Considera-se não haver evidências suficientes para recomendar a inclusão ou exclusão dos seguintes procedimentos como rastreamento: autoexame para câncer de mama e de pele; exame por profissional de saúde – câncer de pele e oral; toque retal – câncer de reto. Em relação à ultrassonografia de abdômen para câncer de ovário, R-X de tórax para câncer de pulmão, dosagem sorológica de PSA (antígeno prostático específico) e ultrassonografia transretal para câncer de próstata, as evidências indicam a não inclusão em rastreamentos.
Como vimos, são poucas as doenças que hoje têm indicação de rastreamento. Mas, apesar disto, é crescente a procura por "exames" e/ou checkup pelos indivíduos assintomáticos. Esta prática acontece impulsionada pela mídia, que dissemina informações não científicas nos meios de comunicação de massa e a alguns profissionais não estudiosos do tema. Assim, é importante compreendermos que, quando propomos o rastreamento sem evidência científica, além de não obtermos benefícios para o indivíduo, podemos submetê-lo a procedimentos desnecessários e até mesmo deletérios. Devemos sempre buscar maior clareza sobre os benefícios e riscos do rastreamento.
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Você quer saber mais sobre o tema?
Recomendamos clicar aqui e ler a tese de mestrado do Professor José Mauro Ceratti Lopes, A pessoa como centro do cuidado: a abordagem centrada na pessoa no processo de produção do cuidado médico em serviço de atenção primária à saúde.
Estas duas instituições podem ser acessadas:
Clique aqui e visite a United States of America Preventive Service Task Force.
Clicando aqui você visita o site da CANADIAN Task Force on the Periodic Health.
Além dessas, existe outra instituição que realiza revisões sistemáticas, o Cochrane, que pode também ser acessado ao clicar aqui
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda