Modelos de atenção aos portadores de doenças crônicas: O modelo de cuidado direcionado às doenças crônicas tem componentes no suporte ao autogerenciamento (aconselhamento, educação e informação); ao sistema de saúde (equipes multidisciplinares); à decisão (guidelines baseados em evidências, treinamento dos profissionais) e ao sistema de informação clínico (informações do portador). O ponto central desse modelo é a produção de informações entre os serviços, a avaliação de portadores, o autogerenciamento, a otimização das terapias e o seguimento, conforme pode ser visto na figura 1.
Figura 1: Abordagem integral da linha de cuidado em doenças crônicas
Fonte: NOITE; MCKEE, 2008 (apud BRASIL, 2011).
Atuar em todo o ciclo vital: A abordagem de DCNT estende-se por todo o ciclo da vida. As ações de promoção da saúde e prevenção de DCNT iniciam-se durante a gravidez, promovendo-se os cuidados pré-natais e a nutrição adequada, passam pelo estímulo ao aleitamento materno, pela proteção à infância e à adolescência quanto à exposição aos fatores de risco (álcool, tabaco) e quanto ao estímulo aos fatores protetores (alimentação equilibrada, prática de atividade física), e persistem na fase adulta e durante todo o curso da vida. Confira na figura 2.
Figura 2: Benefícios na atuação sobre fatores ambientais e comportamento saudável ao longo do ciclo de vida
Fonte: WHO, 2003 (apud BRASIL, 2011).
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Clique aqui e leia também o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022.
Em virtude da relação existente entre o processo saúde-doença e os aspectos de cunho social e histórico envolvidos, é importante que a equipe de saúde compreenda o usuário como parte da sociedade. Ele influencia e é influenciado pela equipe no cuidado de sua própria saúde, como também nas diferentes concepções sobre ela.
Nesta unidade, pretende-se oferecer uma base conceitual que o auxilie na compreensão da importância desses aspectos no tratamento das principais doenças crônicas que assolam atualmente nossa sociedade: a hipertensão arterial, o diabetes mellitus, as doenças respiratórias e as lesões neurológicas. Acompanhe.
A consulta de enfermagem e o acompanhamento domiciliar
A consulta de enfermagem é uma das formas de direcionar as ações de enfermagem, fundamentadas na cientificidade. É por meio dela que o enfermeiro identifica os problemas envolvidos no processo saúde-doença e discute com o usuário e a equipe de saúde medidas que contribuem para a promoção, proteção, recuperação ou reabilitação das pessoas e famílias.
A visita domiciliar permite o acompanhamento do usuário em seu próprio domicílio, no contexto familiar, possibilitando ao profissional de saúde vivenciar o ambiente, desenvolver uma visão sistêmica e integral para assim planejar e pactuar intervenções adequadas ao meio social e cultural de cada indivíduo e família.
A visita proporciona, ainda, ações de vigilância, promoção da saúde no domicílio, direcionadas à área geográfica adscrita e vinculada à equipe de saúde. A priorização e organização das visitas são programadas de acordo com a situação da comunidade, indicação do agente comunitário e recursos da equipe, de modo a dar cobertura a todos os indivíduos e famílias que, por algum agravo, ou situação permanente ou provisória estejam incapacitados de buscar a atenção à saúde na Unidade.
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Confira a resolução COFEN- n. 159/1993 sobre a consulta de enfermagem clicando aqui.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda