A bronquite crônica
A bronquite crônica é uma inflamação dos brônquios causada por irritantes ou infecção, na qual a hipersecreção de muco e tosse produtiva crônica duram por três meses no ano e ocorrem, pelo menos, por dois anos consecutivos. Sua característica peculiar é a obstrução ao fluxo de ar, causada pelo muco.
As manifestações clínicas dessa doença incluem tosse produtiva, dispneia, cianose, uso de musculatura acessória para respiração e hipertensão pulmonar. À medida que a hipertensão pulmonar permanece, aumenta a pressão diastólica final do ventrículo direito, conduzindo à Cor Pulmonale, condição na qual existe hipertrofia ventricular direita com insuficiência cardíaca do lado direito (AMBROSE et al., 2005).
O tratamento mais eficaz consiste em evitar os poluentes do ar. Em caso de tabagismo, a pessoa deve ser orientada a parar de fumar; em caso de atividade laboral que cause exposição à poeira e substâncias irritativas ao trato respiratório, devem ser orientadas a mudança de função ou o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), dentre outras condições e necessidades, em que o profissional da Atenção Básica deve avaliar e dar o encaminhamento mais adequado.
Inclui ainda o uso de antibióticos, broncodilatadores, hidratação adequada, fisioterapia respiratória, envolvendo orientações sobre higiene brônquica e reeducação da musculatura respiratória, tratamentos com nebulizadores ultrassônicos e orientações sobre a manutenção da higiene desses equipamentos, sobre uso de corticoesteróides, diuréticos e oxigenoterapia.
O cuidado de pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica
A dispneia constante e a fadiga podem ser fatores que deixam a pessoa portadora de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) irritada e temerosa, levando-a, muitas vezes, ao pânico. Portanto, é necessário que o profissional de saúde compreenda essa pessoa e a encoraje a manter atividades para que tais sintomas sejam controlados, aumentando a sensação de bem-estar.
Sabe-se que qualquer fator que interfira na ventilação pulmonar induz ansiedade, depressão e alteração de comportamento. Por isso, a psicologia pode complementar a assistência ou orientar atividades em grupos de apoio a esses usuários.
Em casos em que haja necessidade de associação de medicação (para o trato respiratório e alterações psiquiátricas), é necessário o diálogo com o médico psiquiatra e o farmacêutico (profissionais previstos na equipe do NASF) para auxiliar na identificação de alterações provocadas por medicamentos, reações adversas, interações medicamentosas, etc., com vistas a melhor orientar o usuário sobre os horários adequados para a ingestão dos medicamentos e quais as formulações mais indicadas a cada caso.
Você poderá orientar a pessoa com DPOC a evitar ambientes excessivamente quentes ou frios, visto que o calor aumenta as necessidades corporais de oxigênio e o frio tende a provocar broncoespasmo. Em casos que envolvem fumantes, você poderá relatar sobre os efeitos nocivos do fumo e orientar que parar de fumar é condição essencial para a melhora. Discutir o caso com um profissional da psicologia pode auxiliar nas orientações e pactuações para a mudança de hábitos nocivos à saúde, como o tabagismo.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda