Potencialmente modificáveis
Sedentarismo: aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos sedentários apresentam um risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão arterial em relação aos indivíduos ativos: a atividade física regular diminui a pressão arterial.
Tabagismo: o consumo de cigarros está associado ao aumento agudo da pressão arterial e ao maior risco de doenças cardiovasculares.
Excesso de sal: o sal pode desencadear, agravar e manter a hipertensão.
Bebida alcoólica: o uso abusivo de bebidas alcoólicas pode levar à hipertensão.
Peso: a obesidade está associada ao aumento dos níveis pressóricos. Ganho de peso e aumento da circunferência da cintura são índices prognósticos para hipertensão arterial, sendo a obesidade um importante indicador de risco cardiovascular aumentado.
Estresse: excesso de trabalho, angústia, preocupações e ansiedade podem ser responsáveis pela elevação aguda da pressão arterial.
A cronicidade da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e a sua associação à obesidade e circunferência abdominal (em especial a visceral), e o grande impacto no perfil de morbimortalidade na população brasileira mostram a necessidade de garantia de acompanhamento sistemático dos indivíduos com HAS, assim como o desenvolvimento de ações referentes à promoção de saúde e à prevenção de doenças (SMELTZER; BARE, 2005).
As referidas alterações estruturais citadas acima incluem acúmulo da placa aterosclerótica, fragmentação das elastinas arteriais, depósitos aumentados de colágeno e vasodilatação prejudicada, resultando na diminuição da elasticidade dos grandes vasos. A aorta e os grandes vasos perdem sua capacidade em acomodar o débito cardíaco, assim a hipertensão arterial sistólica isolada é mais comum em idosos (SMELTZER; BARE, 2005).
Tratamento da hipertensão arterial
Após a confirmação diagnóstica da hipertensão, é necessário fazer uma estratificação de risco, que levará em conta os valores pressóricos, a presença de lesões em órgãos que são alvo dessa enfermidade e o risco cardiovascular estimado. Existem, com base nesses aspectos, a classificação em três graus distintos, chamada de classificação do risco cardiovascular global individual das pessoas em função do escore de risco de Framingham e da presença de lesão em órgãos alvo.
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Esta classificação está disponível em Cadernos de Atenção Básica, Hipertensão arterial sistêmica, e clicando aqui você tem acesso a ele.
Mas, lembre-se, tratar a doença isoladamente não trará os resultados esperados. É importante considerar toda a realidade biopsicossocial do usuário, acolhendo suas necessidades, para, juntos, profissionais da Atenção Básica e usuários, encontrarem os caminhos e objetivos a serem percorridos e atingidos.
Seguindo tal classificação, você poderá verificar que existem duas abordagens terapêuticas para a hipertensão arterial: o tratamento que tem por base mudanças nos hábitos de vida (incentivo às atividades físicas, alimentação saudável, perda de peso, dentre outras ações) e o tratamento medicamentoso.
O cuidado realizado pela equipe deve enfocar, sobretudo, a mudança nos hábitos de vida do indivíduo, identificando as necessidades e pactuando ações, em processo de coparticipação ao cuidado.
Pode parecer irracional um plano terapêutico que modifique hábitos de vida, especialmente quando não estão presentes sinais e sintomas ou quando aparecem os efeitos colaterais dos medicamentos.
Assim, o profissional de saúde deve encorajar permanentemente essas pessoas a manterem o tratamento e estabelecerem em conjunto um plano aceitável de metas que as ajudem a conviver com a hipertensão arterial.
Nas ações de saúde comunitárias que envolvam, dentre outras coisas, a verificação da pressão arterial, recomenda-se: verificar a calibragem dos manômetros, empregar a técnica adequada e destinar tempo suficiente para esclarecer as pessoas sobre os significados dos valores da pressão arterial.
Para os casos em que você perceber que a Equipe de Saúde da Família e usuário(s) não conseguem corresponder às necessidades dessa população, você pode solicitar apoio à Equipe do NASF. O compartilhamento de saberes e experiências pode orientar ações com repercussões favoráveis tanto para a prevenção da HAS como para tratamento e reabilitação da população adscrita.
Estamos até agora falando sobre o diagnóstico de hipertensão arterial sem complicações. Sabemos, no entanto, que nem sempre esse diagnóstico é feito precocemente. Geralmente, ele acontece quando já existe prejuízo das funções orgânicas, ou seja, quando algum órgão alvo já foi atingindo. Diante disso, a educação para a saúde também é considerada uma importante ação da enfermagem e da equipe de saúde, uma vez que auxilia a pessoa com hipertensão arterial e sua família na compreensão do significado de uma condição crônica de saúde e da necessidade de modificar hábitos e estilos de vida.
Tenha o cuidado de não rotular uma população, escolham juntos o nome que darão ao grupo, a metodologia dos encontros, os temas abordados, isso favorecerá a coesão do grupo e sua caracterização.
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Para compreender o tratamento indicado para cada tipo de hipertensão arterial e de que forma os profissionais da saúde podem conjuntamente decidir as ações terapêuticas para o seu controle, clique aqui e acesse o Arquivo Brasileiro de Cardiologia para ler as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda