Nas últimas décadas, o país passou por diversas mudanças, dentre as quais o processo de urbanização, a intensa migração, o aumento da expectativa de vida, a redução da fecundidade e as transformações na composição das famílias. Essas mudanças contribuíram para que a estrutura etária da população brasileira também se modificasse, ampliando-se o número de pessoas adultas, aquelas com idade entre 20 e 59 anos.
Essa população adulta, em nosso país, está exposta a fatores de risco, como baixos níveis de atividade física (15%), consumo de alimentos com alto teor de gordura (34%), consumo de refrigerantes cinco ou mais dias na semana (28%), e baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 18,2% da população adulta consomem frutas e hortaliças cinco ou mais dias por semana. A prevalência de excesso de peso e a obesidade atingem 48% a 14% dos adultos respectivamente (BRASIL, 2011).
As doenças crônicas não transmissíveis correspondem a 72% das mortes no Brasil, atingindo principalmente as camadas mais pobres da população. No entanto, na última década, observou-se uma redução de 20% na taxa de mortalidade por doenças crônicas não transmissíveis, sendo essa diminuição atribuída à expansão da Atenção Básica, à melhoria na assistência e à redução do tabagismo nas últimas duas décadas (BRASIL, 2011).
Neste contexto, o Ministério da Saúde propõe um Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis para o período de 2011 a 2022, abordando as doenças do aparelho circulatório, o câncer, as doenças respiratórias crônicas e o diabetes. Enfatiza neste plano a necessidade de enfrentamento dos fatores de risco, incluindo o tabagismo, o consumo nocivo de álcool, a inatividade física, a alimentação inadequada e a obesidade.
Ao mesmo tempo, é importante que a equipe de saúde esteja atenta às doenças transmissíveis que também acometem esse grupo populacional. A AIDS, as hepatites virais e a tuberculose são destaque nas políticas públicas direcionadas ao grupo populacional em questão.
É importante que a equipe de saúde esteja atenta às especificidades da população adulta de seu território e promova com esta o estímulo a hábitos saudáveis dentro da política de promoção de saúde, objetivando reduzir a incidência de doenças crônicas. Além disso, a equipe de saúde tem um importante papel também na atenção às doenças transmissíveis, com ações de educação em saúde e medidas de prevenção, monitoramento e controle.
Na prática
Aproveite este momento para rever a configuração da população adulta de seu território e as ações que a sua equipe de saúde desenvolve, cuidando dessa parcela da população. A seguir, veremos algumas ações importantes a serem desenvolvidas pelas equipes de saúde no cuidado à população adulta. Acompanhe.
Reibnitz Jr., Freitas, Ramos, Tognoli, Amante, Cutolo, Padilha e Miranda