Sistemas de Informação

Joel Levi Ferreira Franco


Indicadores de Saúde

Todos os trabalhadores de saúde têm a necessidade de conhecer seu público, território, suas interelações nesse meio ambiente, suas características sociais e muito mais. Mas como fazê-lo? Sem essa resposta, fica difícil planejar ações que sejam efetivas na mudança de uma dada realidade. Então, o que fazer? Onde procurar essas respostas?

Podemos definir Indicadores de Saúde como instrumentos utilizados para medir uma realidade, como parâmetro norteador, instrumento de gerenciamento, avaliação e planejamento das ações na saúde, de modo a permitir mudanças nos processos e resultados. O indicador é importante para nos conduzir ao resultado final das ações propostas em um planejamento estratégico.

Mas como escolher o melhor indicador? Como ele é construído? O que é necessário para que esse indicador seja o mais adequado a uma situação?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reuniu na década de 1950 um comitê que pudesse propor um método capaz de definir e avaliar o nível de vida de uma população. Porém, chegou-se à conclusão de que seria impossível construir um único índice. Foi sugerido então que cada um dos 12 itens propostos deveria ser avaliado separadamente. Conheça-os:

  • 1. Saúde, incluindo condições demográficas;
  • 2. Alimentos e nutrição;
  • 3. Educação, incluindo alfabetização e ensino técnico;
  • 4. Condições de trabalho;
  • 5. Situação de emprego;
  • 6. Consumo e economia gerais;
  • 7. Transporte;
  • 8. Moradia, incluindo saneamento e instalações domésticas;
  • 9. Vestuário;
  • 10. Recreação;
  • 11. Segurança social;
  • 12. Liberdade humana.

Para o profissional da saúde, é importante conhecer o primeiro indicador proposto, Saúde e Condições Demográficas, no qual o Indicador de Saúde deve expressar as condições de saúde de um indivíduo ou de uma população. A escolha do indicador adequado deve ser feita com base no que se quer estudar, na sua avaliação. A qualidade desse indicador dependerá de sua formulação e da precisão com que esses dados serão coletados; outras características são necessárias a esse indicador: validade, definida como a capacidade de mensurar o que se pretende; confiabilidade em reproduzir resultados iguais, independente das condições em que se é aplicado; sensibilidade para mensurar as alterações do fenômeno estudado ao longo do tempo; especificidade para medir apenas o fenômeno de estudo; mensurabilidade baseada em dados de fácil obtenção; relevância, pois deve atender às prioridades de saúde; custo-efetividade, em que há justificativa de tempo e recurso com base nos resultados obtidos com o uso do indicador (RIPSA, 2002).

A partir dessa escolha, vamos refletir a respeito dos instrumentos de coleta de dados, uma vez que a "alimentação" correta destes vai impactar o resultado obtido ao final do processo. Quanto mais simples e compreensível for o instrumento de coleta, melhor será essa captação e seu resultado final. Não podemos nos esquecer de monitorar a qualidade dos indicadores, uma vez que a confiança do usuário é proporcional à segurança de que a informação reflete uma realidade, e não mera percepção não fundamentada.


Os indicadores de saúde são usados como ferramenta para identificar, monitorar, avaliar ações e subsidiar as decisões do gestor. Por meio deles é possível identificar áreas de risco e evidenciar tendências. Além desses aspectos, é importante salientar que o acompanhamento dos resultados obtidos fortalece a equipe e auxilia no direcionamento das atividades, evitando assim o desperdício de tempo e esforços em ações não efetivas. A informação é subsídio para o planejamento de uma equipe de trabalho.

Agora que já sabemos o que é um indicador, sua importância e utilização, vamos falar um pouco sobre alguns deles e onde podemos obtê-los.

Especialização em Saúde da Família
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