Segundo Siqueira (2005), um sistema de informação precisa de três matérias-primas: dado, informação e conhecimento. O dado é o elemento mais simples desse processo; a informação é composta de dados com significados para quem os vê; o conjunto de nosso aprendizado segundo algumas convenções, nossas experiências acumuladas e a percepção cognitiva irão transformar em conhecimento uma dada realidade. Um bom exemplo é o extrato bancário, no qual identificamos o valor numérico do saldo, que, segundo convenções anteriores, o sinal de "negativo" ao lado do número nos dá o significado de débito junto à instituição financeira. Mediante esses fatores, ao sabermos pelo extrato bancário que temos a conta corrente negativa, iremos imediatamente planejar uma ou mais ações para transformar essa realidade, de modo a deixar a conta bancária positiva.
No setor da saúde, a informação subsidia o processo decisório, uma vez que auxilia no conhecimento sobre as condições de saúde, mortalidade e morbidade, fatores de risco, condições demográficas, entre outras (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2003).
Os Sistemas de Informação da Saúde (SIS) são compostos por uma estrutura capaz de garantir a obtenção e a transformação de dados em informação, em que há profissionais envolvidos em processos de seleção, coleta, classificação, armazenamento, análise, divulgação e recuperação de dados. Para profissionais da saúde, o envolvimento na construção de instrumentos de coletas, treinamentos para captação correta dos dados e o processamento da informação são importantes, uma vez que possibilitam maior domínio dessa área do conhecimento. Vale a pena conhecermos, então, a Política Nacional de Informação e Informática.
A Política Nacional de Informação e Informática (PNII), no Brasil definida pelo Ministério da Saúde (MS), tem como propósito:
A PNII cria condiçôes para que gestores, trabalhadores e cidadãos, por meio de um sistema articulado, obtenham informações e conhecimentos de diversas realidades de saúde. Mas para que esses sistemas sejam de fato bem utilizados, é preciso que os trabalhadores da saúde conheçam seus instrumentos e os processos envolvidos na alimentação dos dados não apenas como uma obrigação para níveis centrais de gestão, mas também como fonte geradora de conhecimento para subsidiar o planejamento das estratégias de saúde em uma dada região.
Então, quais os SIS mais utilizados atualmente no Brasil? Antes de responder propriamente a essa pergunta, precisamos saber que o Departamento de Informática do SUS (DATASUS) tem como competências:
Esse departamento mantém a disposição todos os SIS em uso no Brasil, manuais, programas para download, de domínio público, devendo ser acessados pelos profissionais da saúde, dada a relevância desse conhecimento para o planejamento das equipes, quer sejam locais ou não. Nesse ambiente é possível obter informações como: Indicadores de Saúde; Assistência à Saúde (internação hospitalar, produção ambulatorial, imunização, saúde da família, vigilância alimentar e nutricional); Epidemiológica e Morbidade (morbidade hospitalar do SUS, doenças de notificação, estado nutricional e outros agravos); Rede Assistencial (informações do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde - CNES); Estatísticas Vitais (natalidade, mortalidade, câncer); Demográficas e Socioeconômicas (população, educação e saneamento); Inquéritos e Pesquisas; Saúde Suplementar. Também disponibiliza informações financeiras, sistemas e aplicativos para tabulação de dados, como o TabNet e o TabWin, dos quais vamos falar um pouco mais adiante.