As novas drogas sintéticas trouxeram novas conquistas, mas também novos usos problemáticos, não só das substâncias proibidas, mas também dos medicamentos da indústria farmacêutica, muitas vezes consumidos em excesso, como é o caso atual dos benzodiazepínicos (remédios calmantes), das anfetaminas (usadas tanto como emagrecedores, como para uso infantil e juvenil no tratamento de supostos casos de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade-TDAH) ou dos antidepressivos receitados para uma enorme gama de sintomas muitas vezes reduzidos a um diagnóstico unilateral e medicado apenas sintomaticamente.

Reflexão

O consumidor de remédios, o consumidor de drogas festivas lícitas ou de drogas ilícitas podem ter os mesmos problemas em relação ao seu consumo excessivo, mas também podem não ter esses problemas e serem consumidores moderados e ocasionais. A diferença está nas substâncias ou no seu tipo de circulação? Se a droga é comprada no bar ou na farmácia, isso significa que ela necessariamente é melhor ou menos perigosa que a droga ilícita?

Na época da proibição do álcool nos Estados Unidos da América, todo dono de bar era um traficante. A diferença hoje em dia está no fato de que a circulação legal evita o domínio do crime. Ninguém está trocando tiros para disputar pontos de venda ou cobrar dívidas dos consumidores de cigarros ou de cerveja, mas se esses produtos fossem proibidos, certamente haveria muitos traficantes violentos controlando esse comércio.