Como diz Rotelli, se considerarmos a complexidade dos fenômenos que habitualmente simplificamos e chamamos de doença mental, o objeto da psiquiatria pode deixar de ser a doença, para ser a “existência-sofrimento em sua relação com o corpo social” (ROTELLI, 1990). Sendo assim, para dialogar com essa experiência complexa, é necessário ampliar os recursos, rever valores, modificar o papel das instituições e dos profissionais, caso contrário corremos o risco de dar respostas tão inadequadas como seria medir um líquido com um metro, ou utilizar uma lente para enxergar toda a galáxia, ou usar uma caixa para conter um rio (ROTELLI, 1994).

Saiba Mais

Para um aprofundamento da noção de encontro terapêutico e de diálogo com a experiência complexa do sofrimento, a partir de uma perspectiva que considere a ‘existência-sofrimento’ (ROTELLI, 1990), sugerimos a leitura do texto: KINKER, F.S. Encontro terapêutico ou processo-metamorfose: desafio dos serviços territoriais e comunitários. Saúde em Debate. Revista do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde. Rio de Janeiro.v.36.n.95. Out/Dez 2012.
O território compartilhado é composto também por percursos e territórios singulares que cada pessoa constrói, produzindo sentido para cada fatia dele.