A experiência de criação de laços com usuários de álcool e outras drogas possibilita acesso a um conhecimento maior de sua realidade e da influencia direta das situações/consequências decorrentes deste consumo nas questões de saúde pública, de prevenção e adesão às propostas de cuidado. Em geral se criam protocolos e ideias sem a imersão necessária na realidade vivida pelos usuários e, principalmente, sem o diálogo e a escuta desta população.

Como vimos no decorrer do curso, atualmente, observa-se importante avanço político, técnico, normativo e financeiro na estrutura do SUS e, especialmente, da RAPS com relação à proposta aqui apresentada. A Redução de Danos é indiscutivelmente reconhecida como tecnologia de excelente impacto e efetividade. Contudo, muito ainda há para se construir no sentido de implantar esta perspectiva no cotidiano do trabalho em saúde.
As ações de Redução de Danos acontecem dentro do contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) e a ele convergem. A articulação entre gestores locais, sociedade civil e conselheiros de saúde tem a potência de conferir o respaldo necessário para a realização das ações, identificando as características e peculiaridades de cada região quanto ao consumo de álcool e outras drogas por sua população.
iante dos desafios apontados no texto e da complexidade do tema abordado, entendemos de suma importância a integração entre ações e serviços do SUS com outros setores. A articulação em rede do campo da atenção e das políticas públicas setoriais dirigidas às pessoas que usam álcool e outras drogas - incluindo ações de advocacy quanto à importância do cuidado em saúde dirigido a esta população está em consonância com os princípios da integralidade, universalidade, equidade e saúde como direito.
O grande desafio no processo de construção é a definição das ações e condutas que possam desdobrar desta estratégia, servindo como ferramenta de intervenção, sensibilizando/preparando os profissionais de saúde a trabalharem com esta tecnologia, para melhor atender as populações consideradas vulneráveis no uso de drogas vinculadas ao trabalho de campo dos redutores de danos, fundamentais agentes de transformação nos territórios.