Antes de começar a discutir o PTS propriamente dito, vamos precisar adequar o nosso esquema conceitual, isto é, aquele conjunto de ideias e informações que servem de referência para as nossas ações.

Toda pessoa tem o seu esquema conceitual e, numa mesma sociedade, pessoas têm esquemas conceituais parecidos. As instituições são promotoras de esquemas conceituais que organizam a vida no seu campo de atuação.

O Brasil vive um processo de transição de modelo assistencial na Saúde Mental que, deixando o modelo centrado nos hospitais psiquiátricos, vai se constituindo num sistema de cuidados territorial e comunitário. Por isso, é fundamental que ocorra uma substituição dos esquemas conceituais que organizam as práticas nesse campo. Dizemos ser fundamental essa adequação, pois não se altera nosso modo de compreender o outro, se não se alterar o que sentimos em relação a ele. Se não mudamos o que sentimos, não mudamos nossa prática.

O antigo esquema conceitual operativo dos manicômios foi constituído sob o marco de vários conceitos estruturantes, (alguns mitos, outros preconceitos) que precisam ser enfrentados, transformados e superados, vejamos quais são esses conceitos:

Esse conjunto de ideias era entendido como as verdades que orientavam as ações dos profissionais nos manicômios e ainda restam como herança cultural, mesmo no contexto da Reforma Psiquiátrica. Funcionam como crenças normativas, crenças que regulam a conduta das pessoas.

Como vamos modificar esses modos de pensar e essas crenças tão arraigadas nas pessoas (usuários, familiares e mesmo os profissionais)?