A qualidade da comunicação entre o trabalhador de saúde e a população acessada é fundamental para o sucesso do trabalho educativo feito em campo. A escuta atenta e respeitosa das demandas apresentadas, que muitas vezes irão transcender o tema das DST/AIDS/Hepatites Virais ou outros agravos à saúde, fará com que o indivíduo abordado se sinta à vontade para discutir suas vivências práticas e dificuldades cotidianas, possibilitando uma abordagem qualificada e aumentando a probabilidade de melhor conhecer e atuar junto a esta população.

É fundamental manter uma postura isenta de críticas e de pré-julgamentos, pautada no respeito às características de cada pessoa presente no campo de trabalho, para que os trabalhadores de saúde possam focalizar questões específicas com relação à saúde e outras demandas que possam imprimir necessidade de acionamento de rede intersetorial de cuidados, de modo a contribuir para a construção de um projeto coletivo que visa o benefício de toda aquela comunidade.

Reflexão

Você já pensou em qual seria a sua atitude caso estivesse na situação descrita acima?

Muito problematizamos no entorno ao trabalho de campo da redução de danos, inclusive porque foi principalmente no território existencial dos usuários (e por meio do protagonismo destes) que aprendemos e amadurecemos os princípios, conceitos e estratégias da Redução de Danos. Todavia, é de crucial importância ressaltar que dentro dos serviços, no âmbito do cuidado cotidiano ofertado nos pontos de atenção do SUS, inclusive da RAPS, é plenamente possível e extremamente necessário se apropriar e utilizar estas estratégias, sob pena de fracassarmos em vincular a porção mais grave da clientela.