Tomemos, por exemplo, as atividades do CAPS AD III acima relatadas para ilustrar nossa análise. Rapidamente podemos perceber que os trabalhadores realizam várias atividades individuais e coletivas. Alguns deles trocam impressões sobre as atividades coletivas, enquanto outros sequer se envolvem com elas. Entretanto, na reunião de equipe, momento em que, presumidamente, deverão estar todos os trabalhadores, não pareceu haver um compartilhamento de informações aprofundado sobre os usuários e as atividades por eles realizadas. Essas discussões pareceram ocorrer entre a Enfermagem, especificamente em relação aos usuários do acolhimento 24 horas.

Analisar como e onde interagem os trabalhadores nos dá pistas sobre as tendências do modelo de atenção predominante e a finalidade do cuidado em um serviço.

Campos (2000) define o espaço coletivo como: “um arranjo organizacional montado para estimular a produção e a construção de sujeitos e de coletivos organizados. Representam espaços concretos (de lugar e de tempo) destinados à comunicação (escuta e circulação de informações sobre desejos, interesses e aspectos da realidade), à elaboração (análise da escuta e das informações) e tomada de decisão (prioridades, projetos e contratos)” (p. 147).