Certamente, uma das questões que mais atrapalham a vinculação é a rigidez institucional. É preciso garantir a flexibilidade ou plasticidade na oferta do cuidado. E como isso se traduz na vida cotidiana? Vejamos alguns exemplos:

Uma usuária chega ao serviço com o seguinte discurso:

- “Estou usando muita droga. Crack e álcool”.

- “Estou me prostituindo para comprar minha droga! Passo a noite toda fazendo programa e usando crack. Estou cansada desta vida! Não suporto mais os clientes e me sinto doente. Acho que é muito difícil, mas, quero parar! Me ajuda!”

Então, a profissional que a está atendendo propõe:

- “Ótimo que você quer parar! Isso que você está fazendo é muito ruim para você. Volte amanhã, às 9 horas da manhã para a oficina de origami e, depois, às 10 horas, você entra para o grupo terapêutico de mulheres!”.

A usuária diz: - “Só tem de manhã cedo?”.

A trabalhadora responde: - “Sim. Só tem de manhã. Pensei ter ouvido que você queria se tratar...queria parar...”

Diante do caso descrito, pense:

Reflexão

Você acha que a usuária se sentiu acolhida? Pressionada? O julgamento moral “atravessou” a relação de cuidado? Você acha que a usuária vai retornar no dia seguinte? O que você mudaria na condução deste caso?