O acolhimento, como técnica, instrumentaliza a organização das ações e procedimentos, colaborando para avaliação de vulnerabilidade do usuário e na oferta de recursos ou alternativas para a solução dos problemas. Sendo assim, o acolhimento se diferencia da triagem, à medida que não se constitui como uma fase do processo, mas, um contínuo na trajetória de cuidado (BRASIL, 2006b, p.19).
Na prática acolhedora, o profissional buscará conhecer quem é a pessoa (sua história, início do consumo, droga de escolha, padrão, formas e rituais de uso; exposição a riscos e danos sociais e à saúde, possíveis fatores de proteção nos diferentes domínios da vida); como apresenta a queixa (sintoma) e a demanda de saúde; o ponto de vista do usuário e da família; os caminhos possíveis de intervenção adequados à resolução do problema (MERHY, 1991).

O acolhimento, como princípio de reorientação das práticas de saúde, alude um projeto institucional que deve guiar a gestão e o cuidado em saúde, funcionando como um dispositivo para efetivação do SUS, por meio de nova ética, de respeito e tolerância aos diferentes, da inclusão social e da cidadania (BRASIL, 2006b, p. 19).