Outra questão recorrente é o manejo do consumo do tabaco, para usuários dos serviços.

Atente para o fato de que é importante problematizar o consumo de tabaco junto ao usuário, motivá-lo a deixar de fumar e ofertar informação e suporte. Todavia, isso deve ser feito sem imposição, no “tempo do usuário”.

A rigidez com relação ao consumo do tabaco se traduz na proibição de seu consumo durante o tempo que o usuário está no serviço - e não somente nas dependências do serviço. Ou seja, a não autorização para fumar, nem mesmo fora do prédio ou em área aberta, é fator importante para a não adesão dos usuários. Os usuários costumam dizer: “No momento, já é muito difícil parar de usar o álcool ou o crack...nem pensar em tirar o cigarro agora... não vim aqui para isso”. Isso quando falam, pois, na maioria das vezes, simplesmente não voltam.

Lembre-se que, quando o usuário está chegando, no início da relação usuário-serviço, quando a vinculação ou não existe ainda ou é muito frágil, quando o grande esforço é construir sentido para que ele volte e permaneça, é preciso “ir devagar”, com paciência e persistência. O que se vê, é que quando ele está mais organizado, ampliou repertório existencial, já maneja melhor o uso de outras drogas e já está mais fortemente vinculado ao serviço, está mais disposto e fortalecido para pensar sobre o uso do tabaco. Assim, é importante manter a motivação e a oferta (grupos de suporte, material de apoio, acompanhamento, medicação etc.) para que “no seu tempo” o usuário a acesse.