Quase nunca o sujeito chega para se cuidar porque concluiu que “é hora de rever suas escolhas, seus caminhos...” No discurso, falam sobre mudanças, mas, na maioria das vezes, esse desejo ainda não está instalado de verdade, ainda não faz sentido para eles. E mesmo quando chegam porque “é seu tempo de chegar”, não raro, o discurso é o mesmo, como que ofertando o que pensam que os profissionais querem ouvir deles.

Será que não estão mesmo respondendo às expectativas dos cuidadores?

Construir sentido para o usuário voltar, permanecer e perseverar nesse projeto novo que propomos a ele é fundamental.

Não é simples. O usuário é convidado a uma dança que, na verdade, ele não consegue ou não deseja dançar. Os cuidadores precisam se mostrar interessados e interessantes. É fundamental estar abertos aos mais diferentes “ritmos e estilos”, deixar claro ao usuário que se está também aberto ao seu “modo de dançar”. Que ele não precisar “ser outro” para ser cuidado.