Do exposto, podemos concluir que a abordagem baseada exclusivamente na abstinência, representa uma importante barreira ao acesso das pessoas que fazem uso prejudicial ou apresentam dependência de drogas às instituições de saúde (MARLATT, 1999).
As limitações desse modelo, dentre outros agravantes, fomenta o estigma e a marginalização dos usuários, ocasionando a ampliação das situações de exclusão e exposição a diversos agravos sociais e à saúde. Explicitando, dessa forma, a urgente necessidade de intervenções biopsicossociais efetivas e integradas.

Nesse sentido, uma pluralidade de iniciativas governamentais têm sido implementadas com a finalidade de fortalecer a inserção comunitária do SUS - Serviço Único de Saúde - e promover acesso das pessoas com necessidades decorrentes do consumo de álcool e outras drogas ao cuidado.
Entretanto, a baixa demanda de atenção e de acesso aos serviços da rede de cuidado por parte das pessoas que fazem uso de substâncias psicoativas, nos leva a indagar nossas práticas, a organização dos serviços e o processo de trabalho das equipes.