Atividade 4.6. Classificação da insuficiência cardíaca

O paciente recebeu o diagnóstico de Insuficiência Cardíaca (IC).

As Diretrizes internacionais e nacionais classificam a IC de várias formas: de acordo com o tipo de esforço para desencadear sintomas, com base na “New York Heart Association” (NYHA); de acordo com o estágio da doença e com a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). O Quadro 41 estabelece a classificação clínica de gravidade da IC e seus estágios. O Quadro 42 define a IC com base na FEVE.

Quadro 41 - Classificação clínica de gravidade da Insuficiência Cardíaca

Classificação funcional NYHA Estágios ACC-AHA da Insuficiência Cardíaca
Classe I Nenhuma limitação da atividade física; a atividade física habitual não causa fadiga, dispneia ou palpitação desproporcionais. Estágio A Alto risco para Insuficiência cardíaca; sem anormalidade estrutural ou funcional; sem sinais ou sintomas.
Classe II Discreta limitação da atividade física; confortável em repouso; a atividade física habitual resulta em fadiga, dispneia ou palpitação. Estágio B Doença cardíaca estrutural desenvolvida, fortemente associada à insuficiência cardíaca, mas sem sinais e sintomas.
Classe III Limitação acentuada da atividade física; confortável em repouso; a atividade física menor que a habitual resulta em fadiga, dispneia ou palpitação. Estágio C Insuficiência cardíaca sintomática, associada à doença cardíaca estrutural subjacente.
Classe IV Incapacidade de executar qualquer atividade física sem desconforto; sintomas em repouso; qualquer atividade física corresponde a aumento do desconforto. Estágio D Doença cardíaca estrutural avançada e sintomas acentuados de insuficiência cardíaca em repouso, apesar de terapêutica máxima.

ACC: The American College of Cardiology; AHA: American Heart Association; NYHA: The New York Heart Association

Fonte: Modificado de YANCY, 2013.

Quadro 42 - Definição de insuficiência cardíaca baseada na fração de ejeção do ventrículo esquerdo

Classificação Fração de ejeção Descrição
I. Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFEr) ≤40% Insuficiência cardíaca sistólica. Os estudos clínicos arrolaram principalmente pacientes desta categoria e somente neles terapias eficazes foram demonstradas até agora.
II. Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) ≥50% Insuficiência cardíaca diastólica, definida por vários critérios diferentes. Diagnóstico desafiador (há que serem excluídas causas não cardíacas). Terapias eficazes não identificadas até agora.
a. ICFEp limítrofe 41-49% Grupo intermediário/limítrofe, cujas características, tratamentos-padrão e evoluções parecem semelhantes àqueles de pacientes com ICFEp.
b. ICFEp melhorada >40% Um subgrupo de pacientes com ICFEp após tratamento, que tinha antes ICFEr e poderia ser clinicamente distinto daqueles com ICFEp ou ICFEr persistente. A melhor caracterização deste subgrupo merece mais investigações.

ICFEr: insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida; ICFEp: insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada.