Assim, a intergeracionalidade é compreendida por aquilo que é passado de uma geração à outra e que faz com que padrões relacionais se mantenham ao longo das gerações. A família desenvolve diferentes funções para realizar a transmissão de valores éticos, estéticos, religiosos e culturais que visam preservar e proteger a descendência de maneira que seus membros tenham condições para adquirir suas identidades pessoais (OSÓRIO, 2002).

Destaque
Destaque

Cada família tem uma história singular que é permeada pelas histórias individuais de cada um de seus membros, das experiências que compartilham e dos vínculos que são estabelecidos entre as gerações.

O que é passado de uma geração para outra é mais evidente quando há a formação do casal, já que este momento é configurado pelo encontro daquilo que já foi transmitido e aquilo que ainda será transmitido para outras gerações, quando

ocorrerá a configuração de uma nova família com a chegada dos filhos (ANDOLFI, 2003).

Quando um casal se une, traz consigo distintos níveis de diferenciação relacionados à sua família de origem. Ou seja, se o casal carrega para sua nova família crenças, valores e mitos da família de origem, sem um processo de reavaliação, tende a repetir padrões, não se diferenciando da família de origem.

Se o nível de indiferenciação da família de origem for alto, pode resultar em conflito conjugal, perturbação emocional e perda da identidade. Quanto maior o nível de indiferenciação em torno da violência na família de origem, mais provável será a repetição de padrão na relação do casal (BOWEN, 1998; SCATAMBURLO; MORÉ; CREPALDI, 2012).