Uma intercorrência, embora representativa de uma série de alterações correlacionadas ao processo de adoecimento, é a febre.
A febre é habitualmente a principal queixa que leva muitas famílias às Unidades de Saúde, bem como preocupa consideravelmente no ambiente hospitalar. Você lembra que o controle da temperatura é feito pelo hipotálamo a partir dos centros termorreguladores?
A febre está relacionada ao aumento da temperatura interna acima do habitual, podendo ser causada por diversos fatores, entre eles toxinas que afetam os centros termorreguladores ou anormalidades cerebrais.
O controle da temperatura está bem desenvolvido em períodos etários mais avançados que o infantil.
Em especial, os recém-nascidos e os prematuros têm mais dificuldade no controle da temperatura. A criança, de maneira geral, está mais sujeita às oscilações de temperatura dos que os demais.
Há argumentos favoráveis e contrários ao tratamento da febre. Em geral, a febre de grau moderado parece melhorar a resposta imunológica. Em altas temperaturas, no entanto, esse efeito pode desaparecer ou mesmo reverter.
Lembre que a febre altera a avaliação dos dados vitais.
O que fazer quando a febre é a queixa principal? É fundamental avaliar o estado geral da criança e instituir medidas, verificando o valor da temperatura.
Lembre que se busca a redução da febre e não a normalização da temperatura. São utilizados, então, associados aos antipiréticos. Também se deve observar as situações em que estes são contraindicados (lesões hepáticas graves, coagulopatias, sangramento digestivo, etc.).
Dica:
Veja algumas medidas não farmacológicas no manejo da febre:
Resfriamento externo. Recomendam-se compressas ou esponjamento (fricção da pele com esponja) de água morna (30º C).
Hidratação.
Repouso.
Roupas frescas e ambiente fresco.
O enfermeiro deve, ao avaliar, obter as seguintes informações: idade da criança, duração e grau da temperatura, sinais e sintomas associados, se a criança fez uso de algum medicamento e em que horário.
Avaliar imediatamente se:
1. A criança tem menos de 3 meses de idade.
2. A temperatura é maior do que 40º C. 3. A criança está queixosa ou tem choro inconsolável. 4. A criança chora ao ser tocada ou mobilizada. 5. Há dificuldade para acordar a criança. 6. A criança tem rigidez de nuca. 7. Há petéquias ou manchas purpúricas na pele. 8. Há dificuldade respiratória, mesmo depois de desobstruídas as narinas. 9. A criança está salivando e não consegue engolir nada. 10. Ocorreu uma crise convulsiva. 11. A criança parece estar muito doente.
Além disso, avaliar dentro de 24h se:
1. A criança tem entre 3 e 5 meses de idade. 2. A temperatura é maior do que 40º C. 3. Há disúria. 4. A febre tem mais de 24h, sem que tenha aparecido uma causa óbvia ou sinal de localização. 5. A febre desapareceu por mais de 24h e retornou. 6. A febre está presente há mais de 72h, mesmo com sinais de localização.
Atente também para o fato de que, em crianças menores de 36 meses de idade, há maior risco de bacteremia oculta e infecções graves.
O enfermeiro precisa compartilhar com a família algumas informações que podem ajudá-la no controle da febre, tais como: medidas para diminuir a temperatura, indicações farmacológicas e sinais e sintomas que possibilitem reconhecer o agravamento da condição da criança.
É importante orientar a família para que a febre, em crianças maiores de 2 meses, bem nutridas e sadias, inicialmente seja tratada com medidas para diminuir a temperatura, mantendo a criança sob observação e deixando-a confortável. Isso ajuda a acalmar a família diante de possíveis preocupações desnecessárias ao primeiro sinal de elevação da temperatura (BOEHS, 2005).
É isso aí, acabamos de finalizar esta etapa dos estudos.
Prossiga com atenção. Mas antes faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo visto. Lembre-se de que, caso tenha alguma dúvida a respeito do que vimos no decorrer desta etapa, você pode voltar e rever todos os detalhes relacionados à febre e ao seu tratamento.