Ações de Educação em Saúde Bucal na UBS e na Comunidade


Neste estudo, serão abordadas as ações coletivas de educação em saúde dirigidas especialmente a pais, cuidadores e familiares, visando à saúde bucal da criança. 

O trabalho com grupos tem se destacado cada vez mais entre as ações de saúde coletiva na ESF, pois é considerado uma importante ação coletiva de educação em saúde, uma vez que possibilita o diálogo, a troca de experiências e a construção de conhecimentos. Está em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica, com as características do processo de trabalho na ESF e o conceito de promoção de saúde, que inclui o desenvolvimento de habilidades pessoais visando à autonomia.

As Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal e o Caderno de Atenção Básica nº 17 – Saúde Bucal, também citam as atividades em grupo como estratégia de ação educativa no nível coletivo. Por isso, desenvolver ações dirigidas a pais, cuidadores e familiares da criança é fundamental, uma vez que as ações coletivas em saúde bucal concentram-se tradicionalmente em escolas e creches, e uma das principais limitações desta abordagem é a dificuldade de envolver a família nesse processo. Além disso, o acesso a tais ações deve estar previsto durante as diferentes fases do desenvolvimento da criança

As ações coletivas em saúde bucal que você verá abaixo possibilitam, juntamente com outras estratégias, o acompanhamento das famílias desde o período do nascimento da criança. 

Principais objetivos das ações coletivas dirigidas às famílias: 

  • Ampliar os conhecimentos de pais e familiares a fim de fortalecer sua autonomia no controle do processo saúde-doença bucal das crianças.
  • Sensibilizar pais e familiares para a importância da prevenção das doenças bucais, destacando sua responsabilidade nos cuidados com a saúde da criança.
  • Incentivar pais e familiares a adotarem uma relação de cuidado com a criança.
  • Estimular os pais a realizarem o exame visual da cavidade bucal das crianças, objetivando monitorar e motivá-las quanto à higiene oral, além de identificar alterações nos dentes e tecidos moles.
  • Possibilitar o acompanhamento das famílias, em conjunto com outras ações de saúde..

 

Veja na animação a seguir algumas ações coletivas em saúde.

Algumas ações simples podem facilitar o acompanhamento das famílias pela equipe. Uma delas é registrar na caderneta de saúde a participação da família nas diferentes ações desenvolvidas pela equipe. Isso permite ao ACS, por exemplo, detectar em uma visita domiciliar que a mãe de uma criança de 4 anos participou de um grupo educativo, mas a criança nunca foi examinada pelo dentista.

Outra forma importante de monitoramento pode ser realizada através do registro em prontuário médico. Em grande parte das UBS, os prontuários médico e odontológico são separados, o que dificulta o acesso às ações de saúde bucal por outros profissionais além do dentista. Quando ações programáticas são dirigidas à criança, inverte-se a lógica, em que a família procura a UBS somente quando há necessidade de tratamento curativo.

É importante lembrar que, por meio de ações individuais ou coletivas, a Equipe de Saúde Bucal, em seu planejamento, deve garantir que, em todas as fases do desenvolvimento da criança haja acesso às ações de saúde bucal.

Há de se considerar, ainda, que a presença de problemas bucais pode ser considerada um indicador de contexto potencialmente gerador de outros problemas de saúde. Quando um profissional de saúde considera fatores de risco de outras doenças, que não as envolvidas no sofrimento concreto do paciente, ou investiga a presença de doenças que ainda não se expressaram em sofrimento, está traduzindo na prática um dos sentidos da integralidade.

Se você conseguiu entender e perceber estas questões, então atingiu o objetivo deste estudo. Parabéns!

Souza, Boehs, Andres