11.2 - Parecer técnico-científico para situações especiais - Comorbidades

COMORBIDADES
A presença de comorbidade tem sido considerada por alguns autores como um fator de risco. O Ministério da Saúde, baseado na experiência de especialistas, alerta para um grupo de pacientes com maior risco, associado à evolução desfavorável, necessitando de acompanhamento clínico diferenciado, que incluem os portadores de:

- Hipertensão arterial sistêmica;
- Diabetes mellitus;
- Asma brônquica;
- Doenças hematológicas ou renais crônicas;
- Doença grave do sistema cardiovascular;
- Hepatopatias;
- Doença ácido-péptica ou auto-imune.

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COMORBIDADES

Não é viável realizar uma abordagem diferenciada para qualquer paciente com doença associada, pois pacientes com doença controlada tendem a evoluir de forma semelhante aos demais pacientes. Não há evidência de que a internação para todos os pacientes nessas situações reduza a letalidade, sendo necessário identificar as comorbidades de maior risco ou estratificar subgrupos de pacientes de acordo com a intensidade.

A análise de alguns estudos aponta alguns resultados acerca da presença de comorbidades e a evolução da dengue.

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QUAIS OS RESULTADOS OBTIDOS A PARTIR DA ANÁLISE DOS ESTUDOS?
Alguns estudos sugerem que doenças crônicas como asma, DM e anemia falciforme contribuem para o desenvolvimento de FHD/SCD. Já outros, utilizando regressão logística, consideram que os fatores de risco para FHD/SCD foram idade acima de 65 anos, DM, HAS e insuficiência renal.
Um outro estudo identificou uma associação entre DM e alergia com formas graves da dengue (FHD), mas não para HAS e asma. Neste estudo, apenas os asmáticos que utilizavam corticóide mostravam um risco associado à forma grave da doença.
Alguns estudos avaliaram a positividade da PL em casos de DC e em doença febril aguda, comparando com a frequência detectada em FHD como preditor de FHD. A positividade do teste em pacientes com DC variou de 17% a 84%. Em virtude do alto percentual de positividade entre casos com DC, muitos autores argumentam que o teste não ajuda a diferenciar casos de dengue clássica dos casos de FHD.

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QUAL A CONCLUSÃO ACERCA DA PRESENÇA DE COMORBIDADES E A EVOLUÇÃO DA DENGUE?
Os achados reforçam o fato de que apenas ter a comorbidade pode não determinar um aumento de risco, mas este deve estar relacionado à intensidade da doença de base, sendo necessário, novos estudos para definir subgrupos de pacientes que necessitam de abordagens e protocolos diferenciados.

Outras situações especiais.