Saúde Baseada em Evidências

 

Atualmente, um volume enorme de informações científicas está disponível em um grande número de periódicos científicos. Acessar e manter atualizada toda esta quantidade de informações, de qualidade extremamente variável, é tarefa difícil para o profissional de saúde.

Cada vez mais os cidadãos exigem melhores informações sobre procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Dessa forma, é necessário o conhecimento, por parte dos profissionais, das melhores práticas com o objetivo de tornar os serviços de saúde mais eficazes, efetivos e eficientes.

A eficácia, a eficiência e a efetividade de ações, serviços e políticas de saúde são os objetivos principais do cuidado à saúde.

Confira, a seguir, a definição de cada um desses conceitos.

Reflexão:

Você deve estar se perguntando: como são avaliadas a eficácia e a efetividade de uma medida de saúde? Como é possível saber se uma ação, programa ou política de saúde foi a causa da melhoria das condições de saúde de pacientes e da população?

Estudos epidemiológicos que respondam adequadamente a tais questões não são facilmente desenvolvidos, pois o processo saúde-doença é complexo e determinado por um conjunto de fatores contextuais (ambiente, condições de vida da coletividade, economia e política da região) e individuais (condições de vida, comportamentos ligados à saúde, uso de serviços de saúde, questões de ordem genética, entre outros).

Alguns tratamentos são tão claramente benéficos que não requerem avaliação mais rigorosa. Por exemplo, o uso de antibióticos para pneumonias e em cirurgias decorrentes de traumas graves.

Entretanto, estas situações são exceções, não a regra. Usualmente, os efeitos do tratamento ou de métodos preventivos requerem pesquisas para avaliar sua eficácia.

Intervenções específicas devem não apenas mostrar que fazem mais bem do que mal entre pacientes que as usam (eficazes), mas também devem fazer mais bem do que mal para os pacientes aos quais são oferecidas (efetivas).

A prática de saúde baseada em evidências pode ser definida como a utilização consciente e criteriosa das melhores evidências científicas para a tomada de decisões acerca dos cuidados preventivos e terapêuticos destinados aos indivíduos e grupos populacionais.

Em estudos de eficácia, é vantajoso incluir somente pacientes que provavelmente aderem ao tratamento. A aderência é a extensão de quantos pacientes seguem a orientação profissional. A efetividade prática é determinada estudando o desfecho em um grupo de pessoas para quem o tratamento foi oferecido e ao qual somente alguns vão aderir. Portanto, do ponto de vista prático, a efetividade é mais importante do que a eficácia.

Textos sobre condutas baseadas em evidências apresentam, além dos níveis de evidências, graus de recomendações para as condutas que podem ser classificadas em:

  1. uso altamente recomendável;
  2. uso recomendável;
  3. sem evidência a favor ou contra o uso;
  4. uso desaconselhável;
  5. uso altamente contraindicado.

Para entender como tais rankings foram estabelecidos, é necessário o conhecimento básico de alguns conceitos de Epidemiologia.

Chegamos ao final desta etapa de estudos, que aprofundou conhecimentos sobre a Saúde Baseada em Evidências e a importância do conhecimento, por parte dos profissionais, das melhores práticas que tornam os serviços de saúde mais eficazes, efetivos e eficientes.

Agora, participe do exercício proposto a seguir para avaliar seu conhecimento sobre o assunto. Lembre-se de que, caso não obtenha um resultado satisfatório, você pode refazer seus estudos.

Bom aprendizado!

Créditos
Peres e Peres