Para a avaliação de uma intervenção, é importante conhecer alguns fundamentos de Epidemiologia.
Para aprofundar conhecimentos sobre o assunto, vamos acompanhar neste material a tabela de contingência e como identificar as medidas de avaliação de uma intervenção acompanhando um exemplo. Para tal, vamos conferir como são apresentados algebricamente os dados de um estudo de intervenção.
Acompanhe o perfil dos indivíduos e como eles serão identificados na avaliação:
indivíduos expostos ao fator (no caso, uma intervenção) e que desenvolveram a doença em questão;
indivíduos expostos à intervenção e não doentes;
indivíduos não expostos à intervenção e doentes;
indivíduos não expostos e não doentes.
Em seguida, são exibidas na tabela de contingência de um estudo de intervenção as medidas do efeito do tratamento (ou de outra intervenção) e um exemplo de aplicação com a interpretação. Confira.
Tabela de contingência de um estudo de intervenção
Exposição à intervenção
Doença SIM
Doença Não
Total
Sim
a
b
a + b
Não
c
d
c + d
Total
a + c
b + d
a+b+c+d = N
Também para a avaliação, são estabelecidas as medidas de efeito de tratamento em estudos de intervenção, conforme descrito a seguir:
Razão de Chances (OR);
Risco Relativo (RR);
Redução de Risco Absoluta (RRA);
Número Necessário para Tratar (NNT);
Diferença Padronizada de Médias:
diferença de médias entre os grupos de intervenção e controle dividida pelo desvio padrão do controle ou de ambos os grupos.
Diferença Ponderada de Médias:
mesma escala, efeito do risco basal.
Análise a tabela 5, Evento de interesse
Tabela 5: Eventos de Interesse
Grupo
Sim
Não
Total
Tratado
(a)
(b)
(a) + (b)
Controle
(c)
(d)
(c) + (d)
Total
(a) + (c)
(b) + (d)
N
Fonte: Do autor.
Risco no grupo tratado = Rt = a / (a)+ (b)
Risco no grupo controle = Rc = c / (c) + (d)
Exemplo prático
Os dados apresentados na tabela 6 a seguir foram extraídos de um ensaio clínico controlado em que se alocaram aleatoriamente 838 (628 acompanhados até o final do estudo) pacientes esquizofrênicos hospitalizados, de ambos os sexos, em dois grupos: clorpromazina e placebo. Os pacientes foram acompanhados por 24 semanas e foi avaliado o agravamento dos sintomas nos dois grupos (PRIEN; COLE, 1968).
Piora dos Sintomas
Tabela 6: Piora dos Sintomas
Grupo
Sim
Não
Total
Clorpromazina
(grupo tratado)
37
379
416
Placebo
(grupo controle)
70
142
212
Total
107
512
628
Fonte: Prien; Cole, 1968.
Agora que você observou a tabela com a descrição da piora dos sintomas, acompanhe, a seguir, a estimativa do tamanho do efeito do tratamento (Figura 7).
Tabela 7: Estimativa do Tamanho do Efeito do Tratamento
Risco Relativo
RR = Rt/Rc = 0,089/0,33 = 0,27
Redução do risco relativo
RRR = (1 - RR) x 100% = (1 - 0,27) x 100 = 73,0%
Reduçao absoluta de risco
RAR = (Rc - Rt) x 100 = (0,33 - 0,089) x 100% = 24,1%
Número Necessário para trata NNT
1/RAR = 1/0,241 = 4
Fonte: Prien; Cole, 1968.
Na animação a seguir, você pode conferir a interpretação da tabela apresentada.
Dentre os vários temas investigados, destacam-se estudos que avaliaram o impacto do aconselhamento nutricional na morbidade infantil, o impacto das ações da Pastoral da Saúde nas condições nutricionais de crianças de até 5 anos, do trabalho das Unidades Básicas de Saúde na promoção do aleitamento materno, dentre outros.
Saiba mais:
O volume 5, número 1 Revista Brasileira de Epidemiologia de 2002, foi totalmente dedicado a estudos brasileiros que avaliaram o impacto de intervenções em saúde. Leia o conteúdo na íntegra:
Selecione, de acordo com o seu interesse, e leia três artigos publicados neste número da Revista Brasileira de Epidemiologia, identificando os princípios aqui apresentados.
Agora que finalizamos esta etapa de estudos, vamos realizar a autoavaliação proposta.