Dentre os tipos de interação categorizados por Moore (1989), a interação intelectual que o aprendiz tem com o conteúdo estudado pode ser considerada a interação fundamental, pois é ela que gera mudanças no estudante, em suas perspectivas e em suas estruturas cognitivas. A interação aprendiz-conteúdo é o que Holmberg (1986, apud MOORE, 1989) chama de “conversação didática interna”, na qual o aprendiz dialoga consigo mesmo sobre as informações e ideias que ele encontra em um texto, um vídeo, um
website ou em outra fonte qualquer que lhe proporcione informação relevante.
No contexto da EaD
online e da informática educativa, este tipo de interação pode ser também chamada de interatividade, a qual é propiciada pela utilização dos recursos tecnológicos de informação e comunicação na produção de material didático interativo, disponibilizado ao aprendiz em diferentes meios, tais como CD-ROM, DVD ou via
web.
A definição oferecida por Belloni (2003, p.58) para interatividade corresponde à potencialidade oferecida pela tecnologia multimídia que associada com a atividade humana permite a troca de informações. Quanto à tecnologia multimídia, esta é compreendida por Paula Filho (2000) como:
Todos os programas e sistemas em que a comunicação entre homem e computador se dá através de múltiplos meios de representação de informação, como som e imagem animada, além da imagem estática já usada nos aplicativos gráficos.
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Multimídia
Dito de outra forma, a multimídia é uma tecnologia que utiliza diferentes mídias (texto, hipertexto, gráficos, vídeos, animações, música, voz, etc.) para disponibilizar informação.

Uma mídia é um artefato, ou um recurso, construído com algum tipo de tecnologia, que serve de via essencial
para o trânsito de informações a serem disponibilizadas para os destinatários.
Através dessa tecnologia, os usuários dos ambientes virtuais de aprendizagem não precisam ser espectadores passivos, sendo-lhes permitido participar do fluxo das atividades.
Devido a isto, para Silva (2006), a utilização intencional de recursos multimídia em atividades planejadas com fins educacionais específicos, consiste em instrumento extremamente útil para motivar e estimular o interesse dos aprendizes no conteúdo estudado.
A utilização bem planejada de recursos multimídia, inclusive, pode facilitar de diversos modos a melhor compreensão de um determinado conjunto de informações, de um conteúdo, reforçando e facilitando o aprendizado.
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Observação
De fato, pode-se observar, através das gerações da EaD, que os materiais didáticos foram se tornando cada vez mais sofisticados, tanto tecnologicamente, quanto didaticamente, sendo disponibilizados para os aprendizes em diferentes formas (impressos, em CD-ROM, via web). Sua produção, nos dias atuais, realiza-se com variadas possibilidades de estrutura interna, utilizando-se diferentes mídias conjugadas em um mesmo material: texto escrito, hipertexto, áudio, vídeo, animações, etc.
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Aspectos relevantes da elaboração de material didático
Entretanto, qualquer que seja o formato do material didático utilizado, existem alguns aspectos fundamentais a serem considerados em sua produção, a fim de que o aprendiz interaja adequadamente com ele. Belisário (2003) sugere que na elaboração de material didático para a EaD deva haver uma preocupação com três aspectos: a estrutura, a navegabilidade e o discurso.
Estrutura
A estrutura diz respeito às formas de organização, ao encadeamento dos conteúdos a serem estudados e aos recursos midiáticos que serão utilizados na produção desse material.

Imagem: Disposição de conteúdos dos cursos da UFC - UNA-SUS
Navegabilidade
A navegabilidade corresponde ao uso de uma diversidade de opções para exploração do conteúdo, com a utilização de diferentes recursos midiáticos (
Figuras,
Tabelas,
Gráficos,
Hipertextos,
Animações,
Videos,
Áudio) para motivar e facilitar a interação do aprendiz com o conteúdo.
Discurso
Com relação ao discurso, deve ser levado em conta o público alvo, seus interesses, dificuldades e expectativas, a fim de que o conteúdo seja apresentado em uma linguagem dialógica, que facilite e estimule a interação do aprendiz com o material produzido, e isto resulte em efetiva aprendizagem.
Moré et al. (2008), acrescenta, ainda, a necessidade de utilização de técnicas de redação específicas, por considerar importante que o material seja elaborado preservando-se um “tom de conversação” e um vocabulário acessível, ao invés de um tom literário ou erudito. Isto, além de permitir que o assunto em questão seja tratado em um nível adequado ao aprendiz, minimiza a sensação de isolamento, uma vez que, ao interagir com o conteúdo, o aprendiz passa a ter a sensação de que o professor conteudista (que elaborou o material) está dialogando diretamente com ele.