Aula 2 Autonomia e autodidatismo
Tópico 04 Autoditatismo


Uma cena muito corriqueira para quem tem filhos em idade escolar, principalmente nos primeiros anos do ensino fundamental: pergunta o filho: - Pai, você pode responder a questão “g” dos meus exercícios de matemática?


Responde o pai: O que diz a questão filho?
Volta o filho: 1710 é múltiplo de 9?

O pai, aflito, pensa de si para consigo: - valha-me Deus! Salvai-me desse apuro! Com a ansiedade quase se tornando fisicamente perceptível, quase taquicárdico, um súbito desconforto abdominal se iniciando, tenta acionar todas as mitocôndrias possíveis para energizar neurônios enferrujados há mais de 40 anos, de forma a tentar lembrar o bendito do conceito basilar que leve à resposta correta ao filho. Luta vã e inglória!


Súbito, uma luz no fim do túnel daqueles neurônios enferrujados, mas experientes...! Eureca! Há salvação


Filho, responde o pai disfarçando ao máximo o desconforto: - A internet está ligada? Responde o filho: - Tá pai! Pensa o pai, aliviado: “salvou-se um pai”. Na verdade, “salvou-se um filho”. A tecnologia contribuindo para manter intacta a sacrossanta imagem do filho perante a autoridade do pai.

Observação

A internet ampliou o acesso a um leque praticamente infinito de conhecimentos, disponibilizando a quem tem acesso a ela, uma enorme gama de informações e saberes. Contudo, o volume literalmente absurdo de grande quantidade de dados, fatos, e informações, é impossível de ser assimilado no decorrer de todas as nossas vidas. É possível, não obstante, encontrar em segundos, informação sobre qualquer campo de interesse do ser humano, utilizando mecanismos apropriados de busca.

Essa possibilidade, bem a propósito, salvou a imagem de um pai angustiado pelo esquecimento de conceito matemático irrelevante para as suas realidades atuais, mas de extrema importância nas circunstâncias atuais da formação de seu filho.

Dessa forma, para o autodidata que se apropria desse recurso tecnológico, ampliam-se, as potencialidades permitindo-lhe adentrar em mundos já acessíveis por outras vias como livros, revistas, artigos, etc., mas que nem de longe fornecem respostas com a mesma velocidade e interatividade.