O câncer de mama e o câncer de colo uterino são os cânceres ginecológicos que mais matam mulheres no país.
Entretanto, durante toda sua vida, apenas metade das mulheres realizam pelo menos um exame preventivo de câncer de colo uterino e apenas um terço delas são submetidas a um único exame de mamografia.
No Brasil, a média geral de cobertura do exame de Papanicolau atinge apenas 13,5% das mulheres, e apenas cerca de 65% das amostras coletadas são consideradas aceitáveis. Assim, fica clara a importância dos serviços de atenção básica de saúde no esclarecimento, orientação e captação das mulheres para a realização de exames preventivos, e a necessidade da melhoria nas técnicas de coleta (BRASIL, 2007).
Saiba Mais:
Acompanhe, a seguir, a ordenação dos cinco principais tipos de câncer nas regiões brasileiras, por 100 mil mulheres.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Estimativas 2008: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2007.
Retomando a informação dada anteriormente, que diz que os cânceres de mama e de colo uterino são os ginecológicos que mais matam mulheres no país, vamos falar especificamente sobre cada um deles.
O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. Conforme dados do Instituo Nacional do Câncer (INCA) (BRASIL, 2007), a cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama.
É preciso se atentar aos fatores de risco (No caso do câncer de mama, os principais fatores de risco estão justamente relacionados à vida reprodutiva da mulher: menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal. Além desses, a idade continua sendo um dos mais importantes fatores de risco) nos ciclos de vida. O câncer de mama é, provavelmente, o mais temido pelas mulheres, segundo dados do INCA (BRASIL, 2002), devido a sua alta frequência e, sobretudo, pelos seus efeitos psicológicos, que afetam a percepção da sexualidade e a própria imagem pessoal.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.
Devido a todos os fatores apresentados, deve ser dada atenção especial dedicada às mulheres que apresentam esse tipo de câncer.
Os achados clínicos relativos ao câncer de colo de útero dependem do estágio da doença. As suspeitas podem ser assintomáticas, ou podem partir dos seguintes sinais e sintomas: sangramento irregular, sinusiorragia, dor no baixo ventre, hematúria, enterorragia, secreção vaginal fétida e eventual achado de colo uterino heterogêneo ao ultrassom.
O exame de Papanicolau é um exame preventivo para o câncer de colo uterino, eventualmente se prestando a diagnosticar algumas infecções, como candidíase e vaginose. Preferencialmente, não deve ser colhido na vigência de infecções, que podem dificultar a análise citopatológica, gerar resultados inconclusivos e produzir insegurança na paciente frente a um diagnóstico incerto.
É essencial que o profissional que efetua a coleta esteja habilitado a fazer a aplicação de ácido acético a 5%, identificar lesões aceto-brancas suspeitas e realizar o teste de Schiller.
Pela incidência de exames preventivos falso-negativos, é fundamental que o profissional realize essa avaliação visual do colo, que determinará, mesmo com preventivo normal, o seguimento e a investigação propedêutica adequada.
Um exame de fácil realização como o Papanicolau, feito por profissional treinado, possibilita o rastreamento de até 80% dos casos de câncer de colo uterino, e se as lesões iniciais forem tratadas de forma adequada, a redução da taxa de câncer cervical pode chegar a 90% (TAVARES; PRADO, 2006).
Acompanhe, a seguir, as características do câncer de colo do útero.
O Ministério da Saúde possui uma série de programas e políticas para a prevenção e a detecção precoce do câncer ginecológico.
Até a década de 1990, o Papanicolau convencional era a principal estratégia utilizada em programas de rastreamento voltados ao controle do câncer do colo do útero. Novos métodos de rastreamento, como testes de detecção do DNA do HPV e inspeção visual do colo do útero utilizando ácido acético (VIA) ou lugol (VILI), são apontados, em vários estudos, como eficazes na redução das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero.
No Brasil, o exame citopatológico é a estratégia de rastreamento prioritariamente recomendada pelo Ministério da Saúde para mulheres de 25 a 59 anos. As recomendações do Inca são bastante esclarecedoras quanto à periodicidade dos exames preventivos (BRASIL, 2002, p. 28).
Saiba Mais:
O Inca, que tem por missão realizar ações integradas para a prevenção e o controle do câncer, possui um site no qual os profissionais de saúde podem obter informações atualizadas nos aspectos gerais para discussão com os membros da Equipe de Saúde da Família e com as mulheres atendidas, veja:
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Perguntas e respostas sobre o câncer. 2004.
Outra leitura recomendada é “Falando sobre Câncer de Mama”:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Falando sobre o câncer de mama. Rio de Janeiro, 2002.
Agora que finalizamos esta etapa dos estudos, quando abordamos os dois tipos de câncer mais comuns entre as mulheres brasileiras, vamos fazer uma autoavaliação sobre os conhecimentos aprofundados.