Agora vamos acompanhar definições relevantes sobre a preparação para o parto.
Confira, a seguir, os sinais do verdadeiro trabalho de parto. Observe.
Preparação para o parto e sinais do verdadeiro trabalho de parto
Preparação para o parto: Durante a gestação, oriente sobre os tipos de parto, suas vantagens e desvantagens, salientando a importância do parto normal. Reforce os exercícios respiratórios e os métodos não farmacológicos para alívio das sensações dolorosas, tais como uso do chuveiro e da bola, massagens, música e deambulação.
Sinais do verdadeiro trabalho de parto: Os sinais do verdadeiro trabalho de parto são: eliminação do tampão mucoso, contrações rítmicas (2 ou três em dez minutos) e rompimento das bolsas de água. Orienta-se a gestante, se possível junto com o acompanhante, para procurar a maternidade levando consigo todos os exames e a caderneta da gestante caso apresente tais sinais.
Urgência: Mediante a constatação da falta de movimentação fetal, sangramentos e da ausência de batimentos cárdio-fetais, as gestantes devem ser encaminhadas à maternidade por escrito e com urgência.
Após o parto, a Equipe de Saúde da Família deve continuar acompanhando a mulher e dando toda a atenção a sua saúde.
Na prática, você deve estar atento às alterações emocionais e psicológicas, uma vez que neste período a mulher apresenta grande labilidade emocional em função das alterações hormonais, adaptações a novos papéis assumidos na família e sociedade e mudanças de estilo de vida, e também sobre a patologia puerperal.
Quanto ao puerpério normal e ao patológico, é extremamente relevante que você revisite os conteúdos sobre fenômenos regressivos do puerpério (involução uterina e loqueação), fenômeno progressivo (lactação), modificações locais e sistêmicas decorrentes da gestação e recuperação do parto, tempo de recuperação e cuidados no puerpério (período que inicia logo após a expulsão total da placenta e das membranas ovulares e se estende até o retorno das condições normais pré-gravídicas, durando em torno de seis a oito semanas ou mais, dependendo da duração da lactação).
Vale lembrar que as principais alterações que constituem a patologia puerperal são:
infecções;
hemorragias;
perturbações urinárias;
tromboflebites;
patologias mamárias (entre as quais destacamos a mastite).
Além desas, devem ser consideradas as alterações psicoemocionas.
Saiba mais:
Para obter mais informações sobre o assunto, consulte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programática Estratégicas. Área Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e puerpério: atenção qualificada e humanizada - manual técnico. Brasília, 2006. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/manual_puerperio_2006.pdf. REZENDE, J. de. Obstetrícia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 1514p NEME, B. Obstetrícia básica. São Paulo: Sarvie, 2000. ZAMPIERI, M. F. M; GARCIA, O.R.Z.; BOEHS, E.B.; VERDI, M. Enfermagem na atenção primária à saúde da mulher. Florianópolis: UFSC, 2007. SANTOS, E. K. A. dos. Puerpério normal. In: OLIVEIRA, M. E.; MONTICELLI, M.; BRÜGGEMANN, O. M. Enfermagem obstétrica e neonatológica: textos fundamentais. Florianópolis: Cidade Futura, 2002. p. 117-133.
Neste momento, também é preciso orientar a mulher quanto ao aleitamento materno e a sua importância para a saúde, tanto para ela quanto para o bebê.
Os profissionais das Equipes de Saúde da Família devem conhecer a situação e a política pública nacional e local da prevalência e duração do aleitamento materno e as evidências científicas que embasam as recomendações atuais da alimentação complementar de crianças em aleitamento materno.
Além disso, devem estar devidamente capacitados para o manejo clínico (Conhecer a anatomia da mama, fisiologia da lactação, técnica da amamentação, posição e pega adequadas, ordenha manual da mama, principais intercorrências da amamentação, trauma mamilar, ingurgitamento mamário e mastite, entre outros) da amamentação.
Saiba mais:
No que se refere a importância do aleitamento materno e o manejo clínico
da lactação, sugerimos que você assista ao flme: “Amamentação: muito
mais do que alimentar a criança”, produzido pelo Ministério da Saúde e
Sociedade Brasileira de Pediatria (2010).
Em relação à proteção ao aleitamento materno, sugerimos que você assista ao flme “NBCAL: para fazer valer a lei”, produzido e disponibilizado
pela Rede IBFAN Brasil (Rede Internacional em Defesa do Direito de
Amamentar). Este flme mostra como a sociedade civil se organiza para
monitorar a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactentes e Crianças de Primeira Infância e de que maneira o governo
brasileiro atua no cumprimento de tal fiscalização.
Agora vamos aprofundar nosso conhecimento especificadamente sobre a consulta puerperal e sua importância.
De acordo com o Manual Técnico de Pré-natal e Puerpério do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006a), a atenção à mulher e ao recém-nascido pelos profissionais da rede básica de saúde deve ocorrer na primeira semana após o parto, com a realização das ações da Primeira Semana de Saúde Integral e de outra consulta puerperal até o 42º dia de puerpério.
Esta consulta pode ser feita nas Unidades Básicas de Saúde ou no domicílio ( a abordagem multiprofissional e interdisciplinar no âmbito do domicílio tem se mostrado uma boa estratégia de ação, permitindo aos profissionais apropriarem-se da realidade concretamente vivida pela família. Tal estratégia também facilita o cuidado e evita os vários deslocamentos da família à UBS para o comparecimento às consultas com cada profissional).
Confira, a seguir, rotinas importantes sobre esse procedimento. Acompanhe.
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Por fim, vamos fechar esta etapa de seus estudos com algumas orientações que você, médico, profissional da saúde, deve dar à sua paciente:
intervalo interpartal recomendado de, no mínimo, dois anos;
retorno às atividades sexuais 30 a 40 dias após o parto;
uso de contraceptivos (durante a amamentação pode-se usar a minipílula, o aleitamento como método - Método LAM, preservativos feminino ou masculino, injetável com progesterona, DIU após seis ou oito semanas pós-parto ou oito a 12 semanas pós-cesariana);
alimentação (rica em ferro, proteínas e vitaminas) e hidratação;
higiene;
atividade física;
segurança no trânsito;
direitos da mulher (120 dias de licença maternidade e uma hora por dia liberada pela licença-amamentação) e do companheiro (cinco dias - licença paternidade);
atividades físicas e a deambulação de acordo com o período de puerpério;
cuidados com o recém-nascido (banho, trocas, cuidados e queda do coto umbilical, testes diagnósticos realizados no período neonatal - teste do pezinho, triagem auditiva neonatal e teste do reflexo vermelho do olho, imunizações, crescimento e desenvolvimento, caderneta de saúde);
sono e repouso.
Além de todos esses fatores, lembre-se de encaminhar sua paciente para nova consulta em 45 dias, lembrando-se de avaliar o esquema vacinal de tétano e rubéola, se necessário.