A principal causa de mortalidade na população adulta hoje no Brasil são as doenças cardiovasculares.
Já sabemos que a etiologia das doenças cardiovasculares isquêmicas é multicausal e está relacionada com hábitos de vida.
Assim, os pilares da prevenção cardiovascular são elementos de uma vida saudável: alimentação, atividade física regular, manutenção do peso corporal ideal e afastamento do tabagismo.
Na Atenção Primária à Saúde, devemos cotidianamente estimular formas de viver mais saudáveis. Estas formas de viver envolvem intervenções clínicas e também intervenções populacionais para uma "cidade saudável".
A prevenção clínica de doença cardiovascular (DCV) na atenção primária deve acontecer diariamente. É preciso incorporar na prática clínica da APS ferramentas e instrumentos que auxiliem na prevenção de DCV. Seja em visita domiciliar, atendimento individual ou em grupo, devemos incluir a prevenção.
Reflexão:
Você costuma calcular o risco cardiovascular de seus pacientes? Sabe o que significa risco cardiovascular global?
Risco vascular global é a somatória de riscos impostos pela presença de múltiplos fatores. Assim, não é um risco isolado como o colesterol alto ou a pressão arterial alta que definirá a intervenção, mas sim a soma desses riscos. O risco vascular global é um guia ou ferramenta que nos auxilia a definir se aquele individuo terá ou não benefício de determinada intervenção. Ou seja, ele ajuda a selecionar quem realmente precisa sofrer a intervenção. Dessa forma, não estaremos expondo nossos usuários a intervenções desnecessárias (medicamentos, exames...).
Saiba mais:
Então, neste momento, é importante fazer a leitura do Capítulo 63 do livro de Duncan e do Caderno de Atenção Básica n° 14. Assim, você pode implementar os conceitos abordados nesses materiais no processo de trabalho da equipe.
DUNCAN, B. B. et al. (Org.) Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2004.
Indivíduos mais jovens (homens com menos de 45 anos e mulheres com menos de 55 anos), sem manifestação de doença ou sintomas e sem nenhum dos fatores intermediários descritos, são caracterizados como sendo de baixo risco. Os outros irão ter seu risco cardiovascular calculado por meio do Escore de Framinghan.
O Escore de Framinghan foi desenvolvido a partir de um estudo populacional longitudinal conduzido por pesquisadores norte-americanos na cidade de mesmo nome, no estado de Massachusetts. Tem evidência científica comprovada e é largamente utilizado em todo o mundo.
Para o cálculo através deste instrumento, precisaremos da glicemia de jejum e do perfil lipídico. A partir do risco calculado por meio do escore, o paciente pode ser considerado de Risco Baixo, Médio e Alto para desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos.
Saiba mais:
No Caderno da Atenção Básica n° 14, você tem as tabelas de cálculo do escore de Framinghan para homens e mulheres.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Prevenção clínica de doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Brasília, 2006. (Cadernos de Atenção Básica, 14).
Agora ficou mais claro como incorporar o uso do risco cardiovascular na sua prática clínica, não é mesmo?
Após a classificação dos usuários, passamos para as intervenções preventivas das doenças cardiovasculares. Acompanhe!
Chegamos ao fim desta etapa de estudos! Agora, conforme o conteúdo estudado, faça a autoavaliação proposta.