Tem-se avançado nos conhecimentos científicos na área das doenças crônicas e se percebido que essas, apesar de englobarem doenças ou estados de mal-estar com características bastante distintas na forma como se apresentam (etiologia, fisiopatologia, evolução, órgãos afetados e tratamento), possuem algumas semelhanças entre si, especialmente na maneira como afetam a vida das pessoas que passam a viver em tal condição de saúde. As ações da clínica e do cuidado de enfermagem em relação ao adulto em condição crônica de saúde constituem um tema cuja reflexão remete à necessidade de compreensão dos diversos fenômenos que pertencem ao processo saúde-doença. Um complexo conjunto de fatores sociais, culturais e emocionais mesclam-se para possibilitar esse processo, os quais devem ser enfatizados para além do diagnóstico e do tratamento das doenças.
Atualmente, a consulta de enfermagem é uma das formas de direcionar as ações de cuidado à saúde. Fundamentada na cientificidade, é por meio dela que se identificam os problemas no processo saúde-doença, aplicam-se medidas que contribuem para a promoção, proteção, recuperação ou reabilitação das pessoas e famílias.
Já a visita domiciliária é o acompanhamento do usuário feito pela enfermagem na casa deste. A enfermagem deve priorizar e organizar as visitas conforme a situação da comunidade, indicação do Agente Comunitário e recursos da equipe de modo a dar cobertura a todos os indivíduos e famílias que, por algum agravo, ou situação permanente ou provisória, estejam incapacitados de buscar a atenção à saúde na Unidade.
Lei:
A Lei n. 7498, de 25 de junho de 1986, determina que a consulta de enfermagem seja realizada pela enfermeira, compreendendo que é uma atividade que melhor caracteriza a profissão liberal da categoria (BRASIL, 1986).
Com o propósito de identificar precocemente os casos, o Ministério da Saúde brasileiro criou mecanismos para acompanhar e controlar a Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus, no âmbito da atenção básica, e assim reduzir o número de internações hospitalares e a mortalidade em decorrência destes agravos. Neste sentido, assumiu o compromisso de executar ações em parceria com Estados e Municípios e Sociedade Brasileira de Cardiologia, Hipertensão, Nefrologia e Diabetes, Federações Nacionais de Portadores de Hipertensão Arterial e Diabetes, CONASS e CONASEMS para apoiar a reorganização da rede de saúde, para a melhoria da atenção aos portadores dos agravos.
Outra ação desse Ministério para o acompanhamento de tais doenças foi a disponibilização de um sistema informatizado para o cadastramento dos referidos portadores e seu acompanhamento. Esse sistema visa, a médio prazo, estabelecer o perfil epidemiológico desta população e desencadear estratégias de saúde pública com vistas à mudança do quadro atual com a melhoria da qualidade de vida das pessoas portadoras e diminuição do custo social.
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Sem perder de vista que o profissional de saúde é o responsável pela condução da relação dialógica entre eles e o usuário dos seus serviços, ambos desenvolvem potenciais e habilidades com a aceitação da ambiguidade, da discrepância entre as situações e o uso de tecnologias. Diante de tais observações, é possível reconhecer que, para cuidar de pessoas com doenças crônicas é necessário mais do que conhecimentos sobre os aspectos biomédicos, destacando-se a importância de compreender como a doença crônica afeta a vida das pessoas. Nessa perspectiva, coloca-se como referência uma relação de igualdade entre profissionais da saúde e pessoas que vivem com a doença crônica, na qual ambos, contínua e dinamicamente, compartilham o momento vivido.