6. Quimioprofilaxia
Os medicamentos antivirais apresentam 70 a 90% de efetividade na prevenção da influenza e constituem ferramenta adjuvante da vacinação. Entretanto, a quimioprofilaxia indiscriminada NÃO é recomendável, pois pode promover o aparecimento de resistência viral.
A quimioprofilaxia com antiviral geralmente não é recomendada se o período após a última exposição* a uma pessoa com infecção pelo vírus for maior que 48 horas.
Para que a quimioprofilaxia seja efetiva, o antiviral deve ser administrado durante a potencial exposição à pessoa com Influenza e continuar por sete dias após a última exposição conhecida.
É importante atentar para as indicações da quimioprofilaxia para Influenza.
* Considera-se exposição a pessoa que teve contato com caso suspeito ou confirmado para Influenza.
6.1. Indicações da quimioprofilaxia para Influenza:
- Pessoas com risco elevado de complicações, não vacinadas, ou naquelas vacinadas há menos de duas semanas, após exposição a caso suspeito ou confirmado de influenza;
- Crianças com menos de 9 anos de idade, primovacinadas, necessitam de uma segunda dose de vacina com intervalo de um mês, para serem consideradas vacinadas. Aquelas com condições ou fatores de risco, e que foram expostas a caso suspeito ou confirmado, num intervalo entre a primeira e a segunda dose ou com menos de duas semanas após a segunda dose, deverão receber quimioprofilaxia;
- Pessoas com graves deficiências imunológicas, como pessoas que usam medicamentos imunossupressores (ex: portadores de AIDS com imunodepressão avançada) ou outros fatores que possam interferir na resposta à vacinação contra a Influenza, após contato com pessoa com infecção;
- Profissionais de laboratório, não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias, e que tenham manipulado amostras clínicas de origem respiratória que contenham o vírus Influenza sem uso adequado de EPI;
- Trabalhadores de saúde não vacinados ou vacinados a menos de 15 dias e que estiveram envolvidos na realização de procedimentos invasivos geradores de aerossóis, ou manipulação de secreções de caso suspeito ou confirmado de Influenza, sem o uso adequado de EPI;
- Residentes de alto risco em instituições fechadas e hospitais de longa permanência, durante surtos na instituição.
6.1.1 Quimioprofilaxia para crianças de até 1 ano de idade:
- < 3 meses - não é recomendado a menos que a situação seja julgada crítica.
- 3 meses a < 1 ano - aprovado durante a pandemia de Influenza A (H1N1) pdm09 (3 mg/kg 1 x ao dia)
- > 1 ano - dose varia de acordo com o peso:
- < 15 kg 30 mg ao dia
- > 15 a 23 kg 45 mg ao dia
- > 23 a 40 kg 60 mg ao dia
- > 40 kg 75 mg ao dia
(ACIP Updates Guidelines for Use of Antiviral Agents for Influenza www.cdc.gov/mmwr/pdf/rr/rr6001.pdf)
6.1.2. Quimioprofilaxia em instituições fechadas e hospitais de longa permanência:
Definição de instituição fechada e hospitais de longa permanência: aqueles com pernoite de residente e trabalhador (exemplos: asilos, orfanatos, presídios, hospitais psiquiátricos).
Definição de surto em instituições fechadas ou hospitais de longa permanência: ocorrência de dois casos suspeitos ou confirmados para influenza com vínculo epidemiológico.
A quimioprofilaxia para todos os residentes ou internos, é recomendada para controlar surtos somente se a instituição ou hospital de longa permanência for destinado para pessoas com condições e fatores de risco para complicações de Influenza. Neste caso, indica-se:
- Em surto suspeito ou confirmado de Influenza nestes ambientes, é recomendado o uso de quimioprofilaxia antiviral para todos os expostos residentes ou internados, independentemente da situação vacinal. Para trabalhadores e profissionais de saúde, somente para os não vacinados ou vacinados há menos de duas semanas;
- É recomendável a quimioprofilaxia antiviral na instituição por no mínimo duas semanas e até pelo menos sete dias após a identificação do último caso.