Quantos casos atualmente existem de tuberculose em sua área de abrangência? Todos estão em tratamento? Há algum usuário com dificuldade de adesão ao tratamento?
No Brasil, a tuberculose continua sendo uma doença de importância para a atenção básica e a saúde pública. Situações como desnutrição, más condições de moradia e certas ocupações como profissionais de saúde e técnicos de laboratórios estão associadas a um maior risco para o desenvolvimento da doença. Além disto, o surgimento da Aids vem contribuindo para o aumento da incidência da tuberculose.
Confira como deve ser feita a coleta do escarro para exame:
Deve-se solicitar duas amostras. A primeira no momento em que o usuário procura a unidade de saúde e a segunda no dia seguinte pela manhã, após lavar a boca (não escovar os dentes) e inspirar profundamente, tossir expectorando no recipiente;
A boa amostra é aquela composta de secreção da árvore brônquica e não de secreção da faringe, nasal ou saliva;
Identificar o recipiente de coleta com o nome do paciente e data;
O material coletado deve seguir para análise de preferência no mesmo dia da coleta e até a chegada do transporte deve ficar na geladeira.
Confira, também, outros exames para o diagnóstico de tuberculose.
Uma das principais causas de resistência bacteriana do M. tuberculosis é a não adesão ao tratamento.
Você já deve ter acompanhado alguns casos em que o usuário inicia o tratamento e dentro de aproximadamente 1 mês sente-se bem (volta a ganhar peso, melhora da tosse e estado geral) e para com a medicação.
Por isso, salientamos a importância do trabalho em equipe, da educação e do acompanhamento dos portadores de tuberculose pulmonar. E, quando necessário, o tratamento supervisionado, ou seja, a administração da medicação pela equipe diariamente, recomendado pela estratégia DOTS do MS.
Também é importante ressaltar que todo indivíduo diagnosticado de tuberculose deve ser investigado para coinfecção pelo HIV.
Saiba mais:
Uma boa referência de leitura é o Capítulo 147 do livro de Duncan. Que tal ler sobre o tratamento?
DUNCAN, B. B; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. (Org.) Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Porto Alegre: Artmed, 2004.
O tratamento da tuberculose pulmonar tem duração de seis meses.
O esquema terapêutico básico é Rifampicina(R) + Hidrazida(H) + Pirazinamida(Z). Também conhecido como RHZ.
O RHZ é utilizado como escolha para casos novos de todas as formas de tuberculose pulmonar e extrapulmonar, com exceção de meningite tuberculosa.
A primeira fase do tratamento consiste em RHZ por dois meses, e a segunda fase consiste em RH por quatro meses. Os fármacos devem ser administrados em jejum, em uma única dose.
A rifampicina interfere na ação dos contraceptivos orais, devendo as mulheres em idade fértil, em uso dessas drogas, receberem orientação para utilizar outros métodos anticoncepcionais.
É importante a realização de consulta pela equipe e baciloscopia mensal para controle do tratamento.
Devem ser encaminhados para Unidade de Referência (pneumologia ou infectologia) os seguintes casos:
quando houver antecedentes ou evidências clínicas de hepatopatia aguda (hepatite) ou crônica (cirrose, hepatopatia alcoólica);
se o paciente está vivendo com HIV/Aids;
quando houver antecedentes ou evidências clínicas de nefropatias (insuficiência renal crônica, pacientes em regime de diálise).
Você finalizou esta etapa de estudos. Para praticar os conhecimentos aprofundados, faça a autoavaliação proposta!