Lombalgia

 

A dor lombar é um dos principais motivos de procura por atendimento na atenção primária. Existe uma semana em que não se atenda um usuário com dor lombar? Os quadros de lombalgia agudos geralmente são autolimitados. E não serão abordados neste conteúdo. Os casos que duram ou têm flutuação por mais de 3 meses são classificados como dor lombar crônica.

A lombalgia também é um dos principais motivos de falta ao trabalho.

As causas de dor lombar são inúmeras, conforme listamos na tabela abaixo. Mas a mais comum é a lombalgia mecânica inespecífica na qual existem danos musculoligamentares (distúrbio postural, esforço excessivo) sem comprovação anatômica ou histológica. A associação entre sintomas e achados de imagem, nestes casos, é fraca. Acompanhe no quadro a seguir.

Agora, vamos acompanhar como diagnosticar a lombalgia. Acompanhe.

A dor lombar crônica geralmente tem curso benigno e em grande parte dos casos não se identifica uma lesão anatômica responsável pelo quadro.

Assim, a busca exaustiva de uma causa anatômica específica, além de ser dispendiosa, não resulta em benefício para o paciente.

É importante na avaliação descartar as causas graves que necessitam de intervenção específica.

A seguir, listamos os "sinais de alerta", também chamados na literatura internacional de "red flags", que sinalizam uma patologia mais grave. Na ausência destes sinais, a abordagem diagnóstica deve ser conservadora, dispensando a investigação exaustiva.

Na dor lombar crônica, a meta do tratamento é aliviar a dor e reabilitar funcionalmente o paciente. Ou seja, permitir que retorne as suas atividades diárias sem limitação.

Na maioria das vezes, o sintoma de dor lombar com irradiação para a face póstero-lateral do membro inferior (lombociatalgia) resulta de prolapso discal e irritação das raízes nervosas L5 e S1.

A dor lombar geralmente é referida como pontada, enquanto que a ciatalgia é tipo fisgada, queimação ou formigamento. A ausência de dor ou parestesia abaixo do joelho diminui a probabilidade de hérnia de disco ou estenose espinhal. Se a dor se manifesta na face anterior da coxa, é menos relacionada à radiculopatia.

A história ocupacional e recreacional também fornece dados sobre causas: sobrecarga, esforço repetido ou postura inadequada.

No exame físico, é relevante verificar sinais de doenças sistêmicas. Deve-se realizar inspeção da coluna, marcha e pesquisar atrofias musculares e alterações no exame neurológico. No exame neurológico, avaliar tônus, força, reflexos tendinosos e trofismo muscular.

A prova de elevação das pernas estendidas com o paciente em posição supina (Laségue) deve ser realizada. Consideramos positiva quando a elevação inferior a 60° reproduz ou exacerba os sintomas de ciatalgia, com dor intensa e superficial irradiada abaixo do joelho.

Os exames complementares serão necessários quando houver presença de sinais de alerta.

Na dor lombar crônica, a meta do tratamento é aliviar a dor e a reabilitar funcionalmente o paciente. Ou seja, permitir que retorne as suas atividades diárias sem limitação.

O tratamento medicamentoso pode ser iniciado com acetominofen associado à AINH. Caso a resposta a este tratamento seja fraca, pode-se fazer uso do tramadol. Os relaxantes musculares produzem alívio da dor no uso por pequeno período, mas não há evidência de melhora da analgesia no uso a longo prazo. Antidepressivos e medicamentos anticonvulsivantes não auxiliam no alívio da dor lombar crônica. A amitriptilina, no entanto, mostrou benefício no alívio da dor e pode ser associada a medicações analgésicas.

A fisioterapia com fortalecimento dos grupos musculares alivia a dor e melhora o estado funcional de pacientes com dor lombar crônica. Também é importante ressaltar que dados publicados sobre a acupuntura na dor lombar crônica ainda são insuficientes para comprovar seu benefício.

Finalizamos agora esta etapa de estudos, quando aprofundamos nosso conhecimento e relembramos aspectos importantes sobre a dor lombar crônica.

Agora, faça a autoavaliação proposta e relembre informações importantes.

Bom aprendizado!

Créditos
Reibnitz Júnior, Freitas, Ramos, Tognoli S