As quedas são uma preocupação quanto à segurança entre muitos idosos.
A queda pode ser definida como "um evento não intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais baixo, em relação a sua posição inicial." (MOURA et al,1999, p.18).
Para Cunha e Guimarães (1989), a queda se dá em decorrência da perda total do equilíbrio postural, podendo estar relacionada à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura.
Nos serviços de emergência norte-americanos, as quedas em idosos são eventos frequentes, causando lesões, constituindo a principal etiologia de morte acidental em pessoas com idade acima de 65 anos (FULLER, 2000).
No Brasil, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), o número de óbitos por queda, considerando o registro do CID-10, entre pessoas com 60 anos ou mais, em 2007, alcançou 4.959. Embora, proporcionalmente, este número pareça pequeno (0,03%), é preocupante que idosos venham a óbito exclusivamente pelo fato de terem sofrido episódio de queda.
Em estudo realizado por Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2004) com idosos que sofreram queda e foram atendidos em nível hospitalar, em Ribeirão Preto, constatou-se que a maioria já havia sofrido quedas anteriores. Metade dos idosos pertencia à faixa etária de 80-89 anos. O estudo mostrou também que boa parte das quedas apresentou como causa um ambiente inadequado (54%), seguida por doenças neurológicas (14%) e doenças cardiovasculares (10%). A maioria das quedas foi da própria altura e relacionadas a problemas com ambiente do idoso, tais como: piso escorregadio (26%), atrapalhar-se com objetos no chão (22%), trombar em outras pessoas (11%), subir em objetos para alcançar algo (7%), queda da cama (7%), problemas com degrau (7%) e outros, em menores números.
Tais dados estão de acordo com os apresentados por Eliopoulos (2005), que destaca como fatores de risco para as quedas uma combinação de perigos ambientais e problemas de saúde. Entre os fatores que levam à queda e que estão associados à saúde, salientamos a diminuição da acuidade visual, problemas cardiovasculares como hipotensão postural ou síncopes, condições que afetam a mobilidade como artrites, fraqueza muscular, problemas nos pés, falta de equilíbrio, incontinência urinária, reações adversas aos medicamentos.
Dentre os perigos ambientais que propiciam as quedas estão:
pouca iluminação ou tipo de iluminação inadequada;
piso molhado ou escorregadio;
escadas ou calçadas em mau estado;
calçados inadequados;
objetos no chão, nos quais o idoso possa tropeçar.
Chegamos ao final desta etapa de estudos, quando vimos a importância de se evitar as quedas em idosos.
Lembre-se sempre de orientar os idosos para que estejam em um ambiente saudável e bem preparado: livre de locais com riscos de queda e tomando sempre as possíveis precauções.
Saiba Mais:
A sua equipe pode intervir em grande parte dos fatores de risco com relação às quedas. Discuta os dados e as recomendações no tocante à prevenção de quedas apresentados no Caderno de Atenção Básica n. 19: Envelhecimento e Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa: Brasília, 2006. 192 p. (Cadernos de atenção básica n. 19). Disponível aqui. Acesso em: 14 jul. 2010.
Agora, para finalizarmos este conteúdo, faça a autoavaliação proposta para esta etapa e coloque em prática os conhecimentos aprofundados.