Atividades Educativas em Saúde em Grupos de Idosos
Um grupo é constituído a partir de interesses e temas em comum. É um espaço possível e privilegiado de rede de apoio e um meio para a discussão das situações comuns vivenciadas no dia a dia. Permite descobrir potencialidades e trabalhar a vulnerabilidade e, consequentemente, eleva a autoestima.
Dessa forma, o trabalho em grupos possibilita a ampliação do vínculo entre Equipe e pessoa idosa, sendo um espaço complementar da consulta individual, de troca de informações, de oferecimento de orientação e de educação em saúde (BRASIL, 2006).
O trabalho em grupo já é uma realidade no cotidiano das Equipes de Atenção Básica/Saúde da Família, e vem se ampliando a realização de grupos como os de controle da hipertensão e do diabetes, ou os de puericultura e de gestantes, entre outros.
Destaca-se o papel fundamental da socialização obtida em qualquer trabalho em grupo, o que, por si só, pode representar novas perspectivas para a pessoa idosa (dependendo de sua situação familiar e comunitária), além de maior aceitação na sociedade.
Por isso, faz-se necessária uma maior reflexão das Equipes de Saúde da Família sobre o trabalho em grupo, para poder utilizá-lo de forma mais reflexiva e efetiva.
Um dos grandes desafios da promoção da saúde para pessoas idosas é o da aceitação do envelhecer e da cronicidade de algumas doenças. A concepção acerca do envelhecimento, em sua forma mais ampla – bio-psico-social, econômico, espiritual e cultural - e suas consequências na multiplicidade de problemas associados, exige uma abordagem do processo de aceitação, resgate da autonomia, participação e responsabilidades no tratamento. As temáticas e as atividades a serem propostas devem ser discutidas com os participantes de forma a estarem mais adequadas às demandas e às realidades locais.
O grupo pode ser coordenado por qualquer membro da equipe: Agente Comunitário de Saúde (ACS), Enfermeiro, Médico, Dentista, Técnico em Higiene Dental (THD), entre outros. O coordenador é a pessoa responsável pelo grupo, ele organiza o encontro a partir do planejamento da equipe e, quando necessário, convida alguém para discutir um assunto específico.
Os profissionais que coordenam grupos devem ter uma definição clara dos objetivos, levando em conta algumas condições básicas:
as peculiaridades do contexto socioeconômico dos participantes;
as mobilizações emocionais emergidas nos processos grupais;
os saberes disponíveis nas comunidades em que se inserem.
A efetiva integração do grupo ocorre à medida que as pessoas sentem-se tranqüilas e seguras para transmitirem suas intimidades numa rede de confiança mútua. Cabe ao coordenador a manutenção desse estado espontâneo, intervindo segundo seu referencial teórico, sensibilidade e tato para os quais não existem regras.
Os grupos podem ser tipificados, segundo suas ações dominantes:
grupos de acompanhamento terapêutico;
grupos de atividade socioculturais;
grupos de prática corporal/atividades físicas e terapêuticas - caminhada, tai chi chuan, práticas lúdicas, esportivas e de lazer.
Algumas “armadilhas” devem ser evitadas no trabalho em grupo:
a infantilização da linguagem – “tomar o remedinho”, “todos trouxeram o cartãozinho?;
a intimidação para a obtenção da adesão ao tratamento, conhecimento das doenças e suas complicações;
falas com cunho autoritário;
interrupção da fala de alguém do grupo;
não considerar, ignorar ou desvalorizar a participação de algum membro do grupo;
utilizar termos técnicos sem esclarecer o significado. Isso pode causar um distanciamento entre os profissionais e os membros do grupo, provocando uma separação daqueles que detêm o conhecimento e as demais pessoas, além de, muitas vezes, provocarem a compreensão errônea do que está sendo dito.
Saiba Mais:
Sugestão de leituras complementares:
BASTABLE, S. B. O enfermeiro como educador: princípios do ensino aprendizagem na prática de enfermagem. Porto Alegre: Artmed, 2009.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
Agora que acompanhamos este conteúdo sobre as atividades em grupos de idosos, é importante ressaltar que cabe ao gestor municipal dar suporte para a realização das atividades em grupo, garantindo a educação permanente dos profissionais e o fornecimento de recursos materiais. Busque, sempre, o melhor para toda a equipe e para os idosos que fazem parte dela!
A seguir, faça a autoavaliação proposta para esta etapa. E lembre-se de levar este conhecimento aprofundado para a sua Equipe de Saúde e para os idosos! Será gratificante!